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Japão. Princesa Mako vai casar e vira costas à tradição Imperial
A data do casamento está marcada para 26 de outubro. Mako, sobrinha do imperador Naruhito, e filha do príncipe herdeiro Akishino, vai casar com Kei Komuro, um homem plebeu. A princesa Mako, apesar de ser destituída do estatuto imperial, continuaria a ter direito a um dote definido pelo governo. A soma seria 1,12 milhões de euros para começar a nova vida, mas Mako decidiu recusar o pagamento, ficando registado como sendo a primeira vez que alguém da casa imperial quebra a tradição com duas escolhas.
Contra tudo e contra todos, o amor falou mais alto e em novembro passado a princesa Mako disse num comunicado que ela e Kei Komuro, namorado de longa data, eram "insubstituíveis um para o outro" e que "o casamento é uma escolha necessária para suas vidas", citado na publicação japantimes.
Noivado IOs noivos conhecem-se desde 2012 quando frequentaram a Universidade Internacional Cristã, em Tóquio.
Em 2017, o casal anunciou que tinham planos para casar em 2018.
A vida do jovem Komuro foi escrutinada a pente fino e o noivado foi adiado após relatos de que a mãe do noivo devia cerca de 31 mil euros ao ex-companheiro Mainichi Shimbun. A mãe de Komuro alegou que esse dinheiro tinha dado por Shimbun como presente para ajudar os estudos do filho Kei. A discórdia ainda não foi resolvida.
O noivo prometeu no documento de 24 páginas "corrigir ao máximo as informações erradas" e apurar os dados para resolver o desentendimento entre a mãe e Shimbun.
Noivado II
De acordo com a Lei da Casa Imperial introduzida em 1947, os membros femininos da família imperial perdem os direitos de sucessão ao trono e têm de deixar a família imperial se se casarem com plebeus.
Também devem renunciar aos títulos e ao subsídio do Estado.
Mako é a terceira mulher da família real a casar fora da tradição nobiliárquica.
Mako dedidiu fazer um outro corte com a tradição escolhendo não aceitar o dote que lhe é atribuído pelo Estado japonês. É a primeira mulher da família imperial que renuncia a 1,12 milhões de euros, quantia que é sua por direito, mesmo que deixe a linhagem real.
Em 1960, a princesa Suga, tia-avó de Mako e a quinta filha do imperador Showa, foi a primeira a casar com um plebeu. Já em 2005, a tia, ex-princesa Nori, irmã mais nova do imperador, também quebrou com os laços imperiais.
A princesa Mako prepara-se para seguir os passos de Suga e Nori, abrindo mão dos rituais de casamento imperial e do estatuto de nobre.
Esta atitude sem precedentes deixou o governo sem saber o que fazer, pois não há enquadramento legal que regule este caso.
FuturoMako passará a ter passaporte como todos os japoneses, já que a família imperial está isenta do uso desse documento.
Depois da celebração a 26 de outubro, que será realizada sem pompa, o casal deverá rumar a Nova York.
Kei Komuro doutorou-se em Direito na Fordham University, naquela cidade americana, e já começou a trabalhar num escritório de advogados.
A princesa vai deixar a investigação no museu da Universidade de Tóquio e pretende continuar uma atividade relacionada com história de arte pois é a base da sua formação académica.
Episódio do rabo de cavaloKei Komuro, o namorado da princesa Mako, foi abordado por uma equipa de TV japonesa nas ruas de Nova York na semana passada, que fez um alarido em torno do cabelo apanhado em rabo de cavalo.
"Kei Komuro visto em Nova York com o cabelo comprido e preso para trás", dizia um artigo da Fuji News Network (FNN).
Artigo atrás de artigo, foram muitos os comentários a especularem por que razão Kei tinha o cabelo antes limpo e arrumado e agora tinha o deixado crescer tanto e se é aceitável para um homem prestes a se casar com um membro da família imperial.
O príncipe herdeiro Akishino, pai de Mako, e a princesa Kiko, a mãe, aceitaram a proposta de casamento mas na sociedade japonesa reacenderam-se inúmeras críticas a esta união devido ao episódio financeiro que envolveu a mãe do noivo e ao cabelo comprido de Kei.