Jared Kushner disponível para falar no Senado sobre a Rússia

por Inês Geraldo - RTP
Jared Kushner é um dos principais conselheiros de Donald Trump Reuters

O genro de Donald Trump mostrou-se disponível para ir falar ao Senado sobre a possível intervenção russa nas eleições presidenciais norte-americanas que decorreram em novembro do ano passado. A Casa Branca adiantou que Jared Kushner foi um dos intermediários com governos e responsáveis estrangeiros e que espera confirmação para depor.

Em comunicado, o porta-voz da Casa Branca lembrou o papel de Kushner durante a campanha presidencial de Donald Trump e apontou que, devido às suas funções, o genro do Presidente dos Estados Unidos concordou em ir ao Senado para falar sobre a alegada intervenção russa nas eleições presidenciais. Todavia, ainda não recebeu qualquer confirmação desta audição.

Segundo a cadeia televisiva norte-americana CNN, o Senado já terá indicado Jared Kushner, um dos principais conselheiros de Trump, como um dos responsáveis a ouvir na sua investigação. A data desta audição é, por agora, desconhecida.

Esta investigação do Senado vem no seguimento de uma semana polémica, depois de Devin Nunes, que preside à comissão permanente de serviços de informações da Câmara dos Representantes, ter revelado à Casa Branca um possível episódio de espionagem doméstica a Donald Trump e à sua equipa, após terem vencido as eleições.

São esperados vários desenvolvimentos esta semana, com o FBI a abrir uma investigação ao alegado envolvimento russo nas eleições norte-americanas e com os apoiantes de Donald Trump a quererem o foco nas alegações de espionagem ao Presidente.
Espetáculo mediático

O palco está assim montado para um grande espetáculo mediático, com a revelação de James Comey de uma nova investigação sobre as alegadas ligações de membros da equipa de Trump a Moscovo e com vários representantes democratas da comissão permanente a pedirem a demissão de Devin Nunes, após as revelações de espionagem à Administração Trump.

Apesar de todo o embaraço, o Senado já está tem em marcha entrevistas a possíveis testemunhas. Na próxima quinta-feira haverá uma audição pública sobre o caso do alegado envolvimento russo, mas ainda sem figuras de maior.

No meio destes dois casos, está ainda viva a derrota de Donald Trump na última semana, após ver gorada a tentativa de acabar com o Obamacare.Espionagem no olho do furacão
Os corredores políticos de Washington estão a ferro e fogo depois das revelações de Devin Nunes e os desenvolvimentos sobre a investigação do FBI. A polícia federal quer escrutinar as alegações de ingerência russa nas eleições presidenciais. E o diretor James Comey refutou mesmo as acusações de Trump a Barack Obama: o atual Presidente acusou o antecessor de o ter espiado após ter vencido Hillary Clinton.

No entanto, dois dias depois, Devin Nunes convocou uma conferência de imprensa para revelar que membros da equipa de Donald Trump foram espiados por autoridades domésticas no âmbito de uma investigação a estrangeiros.

Nunes foi acusado pela minoria democrata da comissão de querer destruir a investigação do Congresso e o Presidente norte-americano, por sua vez, utilizou as descobertas do lusodescendente para dizer que sentiu ter sido feita justiça.

No entanto, na próxima quinta-feira vai ser realizada a primeira audição pública sobre a investigação aos presumíveis laços russos com membros do staff de Donald Trump. Ao contrário do que se estaria à espera, não haverá testemunhas centrais nesta investigação, como James Comey (FBI) e Mike Rogers (NSA), mas sim dois especialistas em cibersegurança que podem oferecer uma visão mais abrangente.
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