Jornalíssimo

por João Fernando Ramos, Rui Sá

No Canadá realiza-se todos os anos uma competição original que consiste em ver quem cria o penteado mais criativo com o cabelo congelado. Bem mais perto de nós criou-se em Barcelona um movimento cidadão que exige um novo conceito de zoo, mais adaptado ao século XXI, que poria fim à exibição de animais. A notícia motiva a questão que o Jornalíssimo coloca esta semana aos telespectadores - Faz falta um novo modelo de Jardim Zoológico? Para responder e saber mais sobre este e muitos outros assuntos pode ser visitado o site do Jornalíssimo em www.jornalissimo.com.

O movimento Zoo XXI quer mudar o modelo de jardim zoológico que conhecemos, pondo fim à exibição de animais.

A Catalunha já mostrou ser uma região amiga dos animais. Em 2008, os catalães iniciaram uma campanha que conseguiu levar à proibição das corridas de touros naquela comunidade autónoma espanhola.

Desta vez, o objetivo é revolucionar por completo o conceito de jardim zoológico com que estamos familiarizados, através daquela que é a primeira iniciativa cidadã a ser realizada na Catalunha.

O movimento 'Zoo XXI' surgiu já em 2015 mas acaba de dar um passo fundamental: começou, no início deste mês, o processo de recolha de 14 mil assinaturas que permitirá levar o projeto à Câmara Municipal de Barcelona.

Os promotores desta ideia - um grupo de cidadãos e duas associações ambientalistas da Catalunha (a Associação Animal 'Libera!' e a 'Fundação Franz Weber) - pensa que o modelo atual de zoo não está adequado ao conhecimento e à ética da atualidade e que precisa de ser totalmente reformulado.

O que temos hoje, dizem, é a "lógica de zoo do século XIX" e é preciso passar a uma "lógica de zoo do século XXI". Que lógica seria essa?

Eles explicam no site do movimento: o objetivo é passar da lógica de "utilização" dos animais para uma lógica de "utilidade" para os animais e para o Planeta. Esta última implicaria, desde logo, não ter animais em cativeiro para serem observados pelos visitantes.

Graças às novas tecnologias, os jardins zoológicos iriam substituindo os animais reais por realidade virtual que mostrasse os animais como realmente são, com os comportamentos que têm quando inseridos nos seus habitats naturais.

Citado pela agência de notícias espanhola, a EFE, o diretor da Fundação Franz Weber dá o exemplo dos elefantes, lembrando que nos zoos eles não percorrem 40 quilómetros diários inseridos numa manada, nem passam 80% do tempo em que estão acordados a comer, como acontece quando estão em liberdade.

No modelo defendido pela Zoo XXI, os jardins zoológicos tornar-se-iam espaços de recuperação para fauna autóctone, voltados para a preservação e recuperação de animais feridos e doentes das regiões onde os zoos estão inseridos.

Ao Zoo do século XXI competiria, ainda, desenvolver e financiar projetos de conservação de habitats naturais de espécies exóticas.

A mudança que preconizam passa também pela educação animal. Para os defensores desta mudança é preciso "falar dos animais como seres com vida emocional, capazes de sentir, sofrer e desfrutar da vida" e não apenas nas espécies, como consideram acontecer nos zoos da atualidade.

O porta-voz do Zoo XXI, disse à agência EFE estar convencido que um mês será suficiente para recolher as assinaturas necessárias e que no início do Verão já se poderá discutir a proposta na Assembleia Municipal, onde o Zoo XXI conta já com o apoio de alguns partidos.

Leonardo Anselmi adiantou, ainda, o que aconteceria caso a proposta fosse aprovada. Nesse caso, o Zoo de Barcelona (atualmente com cerca de 4000 animais) seria convertido num "geriátrico" para os animais exóticos que não pudessem ser enviados para reservas e santuários (estimam que sejam 2500).

Uma prioridade seria travar drasticamente a reprodução dos animais que hoje vivem no Zoo, excetuando os casos de espécies em vias de extinção".

Na Assembleia do movimento Zoo XXI que teve lugar domingo passado em Barcelona (o vídeo está disponível no YouTube), o líder da iniciativa imagina que, caso seja bem-sucedida a proposta em Barcelona, esperará o movimento "uma campanha global enorme para transformar o conceito dos jardins zoológicos no mundo".


Uma competição de ficar com os cabelos em pé


Os participantes entram numa piscina de água quente e deixam o cabelo de fora, a menos 20 graus.

Desde 2011, que pessoas de todo o mundo viajam até a região de Yukon, no Canadá (encostada ao Alaska), para participar no 'The International Hair Freezing Contest' (algo como "O Concurso dos Cabelos Congelados").

O concurso realiza-se ao longo de todo o inverno, quando o frio bate recordes naquela parte do globo. E o frio é o elemento mais importante nesta história, apesar de o calor também dar um contributo.

O que se pretende é encontrar o penteado gelado mais criativo possível e o efeito é tanto melhor quanto mais frio estiver. A temperatura ideal para ir a esta espécie de cabeleireiro natural - diz a organização - é de menos 20 graus.

O concurso é promovido pela Takhini Hot Pools, umas piscinas de água termal natural que brota da terra a elevadas temperaturas.

Os participantes mergulham nessas piscinas (são duas - uma está a 42° C e outra a 36° C) e depois tudo o que têm de fazer é esperar. O vapor da água das piscinas vai acumular-se no cabelo que, em contacto com o frio, vai congelar.

Depois de o cabelo congelar, os participantes podem moldá-lo como entenderem, tirar uma fotografia e enviar por email para a organização. É a partir das fotos que é escolhido o vencedor.

Na página do concurso, os interessados encontram uma série de dicas para se saírem o melhor possível neste desafio.

Na realidade não são só os cabelos a congelar e a ficarem brancos com a formação de geada e gelo. O mesmo pode acontecer com as sobrancelhas e até com as pestanas, com resultados ainda mais criativos... ou assustadores, dependendo do ponto de vista.

A quem tem cabelos longos é sugerido um método eficaz, que consiste em colocar os cabelos na beira da piscina a congelar até que possam ser moldados e colocados para cima - porque se caírem na água, claro, lá se vai o penteado...

Com a temperatura tão fria fora da piscina há também cuidados a ter, como o de molhar frequentemente as orelhas.

Tirada a fotografia, basta mergulhar a cabeça na piscina e tudo volta à normalidade (sem cabelos partidos) e a cabeça há de certamente agradecer o conforto do calor.

Isto apesar do prémio ser, também ele, agradável. Os três penteados mais criativos recebem um cheque com valores que variam entre cerca de 500 e 100 euros. Além de passes de entrada gratuitos nas fontes termais.
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