Judeus russos cancelam celebração do Hanukkah em Moscovo após tiroteio em Sydney
O rabino-chefe da Rússia, Berel Lazar, anunciou hoje o cancelamento da celebração do Hanukkah após o tiroteio que fez, pelo menos, 12 mortos na praia australiana de Bondi, em Sydney.
Citado pela agência espanhola EFE, Berel Lazar encorajou os judeus a não baixarem os braços já que, "até a vela mais pequena pode afugentar a maior das escuridões".
Apesar da decisão de cancelar a celebração do Hanukkah, o rabino garantiu que o evento estava autorizado pela câmara de Moscovo.
É a primeira vez desde 1991, ano em que a União Soviética se desintegrou, que o Hanukkah não será celebrado na capital russa.
Dois atacantes dispararam hoje contra uma multidão que celebrava o Hanukkah na praia de Bondi, em Sydney, no que a polícia australiana descreveu como um "ato terrorista" contra a comunidade judaica.
Segundo vários media, pelo menos 12 pessoas foram mortas, incluindo um dos dois atacantes, e há três dezenas de feridos transportados para os hospitais da zona.
Mortes em tiroteios em massa são extremamente raras na Austrália. Um massacre em 1996 na cidade de Port Arthur, na Tasmânia, onde um atirador solitário matou 35 pessoas, levou o governo a endurecer drasticamente as leis sobre armas e tornou muito mais difícil para os australianos adquirirem armas de fogo.
O ataque de hoje está a ser condenado pela comunidade internacional.
O Governo português classificou o ataque como "um ato hediondo de antissemitismo".
"O Governo português condena veementemente o ataque contra a celebração de Hanukkah em Bondi Beach, na Austrália - um ato hediondo de antissemitismo", afirmou, em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Na nota, o executivo expressa "sentidas condolências às famílias das vítimas, ao povo e autoridades australianas, bem como a toda a comunidade judaica".