Julgamento de 21 manifestantes prossegue hoje em Luanda

Lisboa, 09 set (Lusa) -- A sessão do julgamento de 21 jovens detidos no sábado na sequência de uma manifestação contra o presidente José Eduardo dos Santos vai ser retomada hoje para ouvir declarantes e polícias.

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Um dos advogados dos acusados, David Mendes, em declarações à Agência Lusa, explicou que a sessão teve de terminar quinta-feira devido ao adiantar da hora, mas que será retomada hoje de manhã para audição de sete testemunhas e cinco polícias.

No sábado foram detidos em Luanda 21 jovens que se manifestaram contra o presidente José Eduardo dos Santos, num tumulto que originou ferimentos em manifestantes, bem como em jornalistas que faziam a cobertura dos protestos.

A sessão de quinta-feira começou com a audição de um médico legista que disse que as lesões apresentadas pelos ofendidos não tinham mais do que sete dias.

No período da tarde foram ouvidos os acusados e, segundo David Mendes, "não ficou provada a responsabilidade" pelas agressões.

"Pelo contrário. Houve um dos detidos que apresentava uma mordedura provocada por um cão da polícia e até agora ainda não recebeu assistência médica. Esse foi, aliás, uma das nossas exigências", apontou.

O aparato policial junto ao tribunal de Luanda foi reforçado durante a sessão de julgamento.

"Eram muitos polícias, de todas as forças. Espero que tudo isto [aparato policial] não influencie a decisão do juiz", disse, acrescentando que "a defesa está preparada para interpor recurso".

A polícia anunciou a detenção de 24 pessoas, mas fontes próximas dos manifestantes falam em 50 detidos e a associação Human Rights Watch denunciou terça-feira que pelo menos 30 permaneciam incontactáveis ou em paradeiro desconhecido.

Na terça-feira, 21 dos detidos foram presentes a um juiz para julgamento sumário, adiado para quinta-feira.

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