Khamenei: Irão quer acabar com Israel, não com o povo judeu

por RTP
Morteza Nikoubazl/Reuters

O líder supremo do Irão, Ali Khamenei, disse esta sexta-feira que não pretende eliminar o povo judeu. O líder iraniano acredita, no entanto, que todas as pessoas independentemente da sua religião deviam decidir que futuro querem para Israel.

Os apelos à destruição de Israel, habituais entre os responsáveis iranianos, não visam os judeus, mas o "regime" israelita, explicou o ayatollah num encontro em Teerão com responsáveis de países islâmicos, segundo um comunicado.

"A aniquilação do governo israelita não significa a aniquilação do povo judeu, não temos problemas com ele".

"Apelar à eliminação do Estado de Israel não significa a eliminação do povo judeu", esclareceu o muçulmano xiita. "Significa que o povo da Palestina - sejam muçulmanos, cristãos ou judeus - deve escolher o seu próprio governo".

Khamenei, a autoridade máxima da política interna e externa do Irão, acusou as potências ocidentais de pressionarem relativamente à questão do programa nuclear de Teerão.

"Todas as nações precisam de energia nuclear pacífica, mas os monopolistas ocidentais procuram manter essa energia num monopólio", acusou Khamenei, salientando que os "ocidentais sabem que não estamos a procurar armas nucleares por causa dos nossos princípios e crenças [religiosas]".

O Irão recusa-se a reconhecer a existência de Israel desde a Revolução Islâmica, em 1979, designando-o como "regime sionista", e tem apoiado grupos islâmicos palestinianos na sua luta contra o Estado hebreu.

O líder iraniano garante que o Irão não é "antissemita" e que os judeus "vivem em segurança" no seu país. "Apenas apoiamos o povo palestiniano e a sua independência", afirmou esta sexta-feira.

Ali Khamenei apelou ainda à união face ao "inimigo comum", os Estados Unidos da América, que tem alimentado a discórdia entre os países muçulmanos.

Desde que os EUA saíram do Acordo Nuclear, em 2018, e que aplicaram maiores sanções económicas ao Irão, as tensões entre Terrão e Washington têm aumentado.
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