Kiev pede à China que seja ativa nas negociações para a paz

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, pediu ao homólogo chinês, Wang Yi, que Pequim continue a desempenhar um papel importante na obtenção de um cessar-fogo com a Rússia, noticiou a imprensa estatal chinesa.

Lusa /
Kuleba e Wang Yi falaram sobre o papel da China nas negociações para a paz no conflito entre Rússia e Ucrânia Reuters

O diálogo entre os dois diplomatas, realizado por telefone, ocorreu três dias depois de a China e a União Europeia (UE) terem realizado uma cimeira, por videoconferência.

Bruxelas pediu a Pequim que abandonasse a sua "equidistância" perante a guerra na Ucrânia e que usasse a sua influência sobre a Rússia para impedir a agressão.

"A única coisa que a China quer é paz na Ucrânia", assegurou Wang Yi a Kuleba, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua.

Wang disse que a China espera que as negociações continuem até que um acordo de cessar-fogo seja alcançado.

Segundo a agência Xinhua, o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano atualizou Wang sobre a situação no país e disse que Kiev deseja manter a comunicação com Pequim.

Kuleba espera que a China continue a desempenhar um papel importante na obtenção de um cessar-fogo.

A China é um "grande país, que desempenha um papel fundamental e ativo em salvaguardar a paz", disse Kuleba, citado pela Xinhua.

O ministro afirmou que Kiev quer encontrar uma solução duradoura através do diálogo com a Rússia.

Wang insistiu na posição chinesa de promover o diálogo e as negociações para a paz. "A China não tem interesse geopolítico na crise ucraniana nem observará à distância, sem fazer nada, mas também não vai atirar gasolina para o fogo. O que queremos é paz", afirmou.

Segundo o ministro chinês, o conflito acabará por terminar e o importante vai ser preservar a segurança duradoura na Europa, o que exigirá "uma estrutura de segurança europeia equilibrada, eficaz e sustentável", construída através de um "diálogo equitativo".

Wang também agradeceu os esforços das autoridades ucranianas na retirada de cidadãos chineses do país e disse esperar que medidas eficazes continuem a ser tomadas para garantir a segurança dos chineses que permaneceram na Ucrânia.

Pequim tem mantido uma posição ambígua em relação à invasão russa da Ucrânia.

Por um lado, defendeu que a soberania e a integridade territorial de todas as nações devem ser respeitadas - um princípio de longa data da política externa chinesa e que pressupõe uma postura contra qualquer invasão -, mas ao mesmo tempo opôs-se às sanções impostas contra a Rússia e apontou a expansão da NATO para o leste da Europa como a raiz do problema.

 

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