O embaixador ucraniano junto das Nações Unidas (ONU) defendeu hoje que o secretário-geral e o Conselho de Segurança devem condenar o "crime de guerra" russo do bombardeamento a um mercado em Kostiantynivka, leste da Ucrânia, que fez 16 mortos.
"A Ucrânia levantará a questão do último ataque mortal com mísseis russos que matou pelo menos 16 pessoas, incluindo um criança, numa reunião do Conselho de Segurança da ONU na manhã de sexta-feira convocada pela Albânia, Estados Unidos e Ucrânia", indicou o representante permanente da Ucrânia junto da ONU, Sergiy Kyslytsya, na plataforma X.
Para Kyslytsya, o Conselho de Segurança e o próprio secretário-geral da ONU, António Guterres, "deveriam condenar este crime de guerra".
Uma vez que a Rússia é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança, tem poder de veto sobre as posições deste órgão cujas decisões são vinculativas a todos os Estados-membros da ONU.
Pelo menos 16 pessoas morreram hoje num bombardeamento russo a um mercado da cidade de Kostiantynivka, no leste da Ucrânia, anunciou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na plataforma digital Telegram.
"A artilharia dos terroristas russos matou 16 pessoas na cidade de Kostiantynivka, na região de Donetsk", escreveu Zelensky, referindo um mercado, lojas e uma farmácia atingidos.
O chefe de Estado ucraniano publicou juntamente com a mensagem um vídeo em que se vê o momento da deflagração e alguns dos seus devastadores efeitos sobre o mercado.
"Um mercado normal. Lojas. Uma farmácia. Pessoas que não fizeram nada de mal. Muitos feridos. Infelizmente, o número de mortos e feridos poderá aumentar", observou, criticando aqueles que "ainda tentam" contemporizar com a Rússia.
"Isso significa fechar os olhos a esta realidade", acrescentou.
A agência pública de notícias ucraniana, a Ukrinform, indicou que houve pelo menos cinco feridos, e o primeiro-ministro ucraniano, Denys Smyhal, atualizou esse número para pelo menos 20 feridos.
"O inimigo atingiu o mercado central de Kostiantinivka, na região de Donetsk", indicou a Ukrinform, citando como fonte a Administração Militar daquela província parcialmente ocupada pela Rússia e pela qual passa a linha da frente.
A Rússia lançou a 24 de fevereiro de 2022 uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, de acordo com dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e fez nos últimos 18 meses um elevado número de vítimas não só militares como também civis, impossíveis de contabilizar enquanto o conflito decorrer.
A invasão -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.