Seul, 30 jun (Lusa) -- O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, foi nomeado presidente da Comissão de Assuntos de Estado, um novo órgão que substitui a poderosa Comissão Nacional de Defesa, revelaram hoje os `media` estatais.
A nomeação teve lugar durante a quarta sessão da XIII Assembleia Popular Suprema, um encontro anual que serve normalmente para aplicar decisões tomadas pela elite, na qual foram aprovadas as medidas, anunciadas em maio, durante o VII Congresso do Partido dos Trabalhadores.
A Comissão Nacional de Defesa (CND), que era "o mais alto órgão regente do exército encarregado dos assuntos militares" do país, segundo a Constituiçºao, passou a chamar-se "Comissão de Assuntos Estatais", de acordo com o estabelecido na sessão do parlamento norte-coreano.
Kim Jong-un, que ostentava o título de primeiro presidente da CND, agora é presidente da Comissão de Assuntos Estatais, informou a agência oficial KCNA.
Apesar de a Coreia do Norte ter divulgado a mexida como uma simples mudança de nome, especialistas sul-coreanos acreditam que se trata de um movimento orientado para consolidar ainda mais a liderança de Kim, entendendo que o novo órgão tem funções ainda mais abrangentes do que o precedente.
"A Comissão de Assuntos Estatais inclui altas figuras do regime nos domínios da diplomacia, segurança ou unificação, e portanto, podemos concluir que a nova entidade vai desempenhar um papel mais amplo que a antiga CND", observou Yang Moo-jin, professor da Universidade de Estudos da Coreia do Norte em Seul, à agência Efe.
Por exemplo, o vice-presidente da Comissão de Assuntos Estatais é Pak Pong-ju, atual primeiro-ministro da Coreia do Norte, o qual tem uma longa carreira política afastada dos quartéis, e o novo órgão também conta com importantes membros como Ri Su-yong, diplomata e ex-ministro dos Negócios Estrangeiros, ou Kim Ki-nam, diretor da propaganda do partido.
Kim Jong-un assistiu à reunião dos 687 membros da Assembleia Popular Suprema, na qual se alterou a Constituição para aplicar esta e outras mudanças, e em que se reafirmou a política "byeongjin" de Kim, que consiste em impulsionar, em simultâneo, o desenvolvimento de armas nucleares para a defesa do país e a economia.