Kiribati reconhece Pequim e deixa Taipé com apenas 15 aliados diplomáticos

por Lusa

Kiribati, no Pacífico Sul, pôs fim às relações diplomáticas com Taiwan, quatro dias depois das Ilhas Salomão terem reconhecido Pequim em detrimento de Taipé, que conta agora com apenas 15 aliados, anunciou hoje o Governo taiwanês.

"Kiribati anunciou hoje que rompeu relações com Taiwan. Taiwan anuncia que também rompe os laços com Kiribati. Todos os projetos de cooperação vão acabar", anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros, Joseph Wu, em conferência de imprensa.

O novo golpe diplomático acontece dez dias antes da celebração, a 01 de outubro, do 70.º aniversário da República Popular da China, que levou os líderes da então República da China, depois de perderem a guerra civil, a refugiarem-se em Taiwan.

Ocorre também a pouco meses das próximas eleições presidenciais na ilha Formosa, previstas para janeiro de 2020.

A lista de países ainda ligados a Taipé diminuiu consideravelmente ao longo das décadas, caindo para 15 com a saída, nesta última semana, daqueles dois arquipelágos do Pacífico.

Na terça-feira, Pequim elogiou a decisão das autoridades das Ilhas Salomão, salientando que "reconhecer o princípio `uma só China`" e romper os laços diplomáticos com Taiwan é a confirmação "da irresistível tendência desta era".

Do bloco lusófono, São Tomé e Príncipe foi o último país a romper relações diplomáticas com Taipé, em dezembro de 2016, quando passou a reconhecer a República Popular da China.

Desde 2000 que diversos países africanos, incluindo o Chade e o Senegal, que recebiam ajudas de Taiwan, romperam as suas relações com a ilha para beneficiar da cooperação chinesa.

Pequim tem exercido forte pressão internacional para isolar as autoridades de Taiwan, que considera parte integrante do seu território, e já ameaçou usar a força caso declare independência.

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