Kremlin aguarda contacto oficial da Casa Branca antes de comentar cenário de cessar-fogo
O Kremlin afirmou esta quarta-feira que terá de ser informado pela Administração Trump sobre o resultado das negociações da véspera entre os Estados Unidos e a Ucrânia, na Arábia Saudita, antes de comentar se aceita qualquer proposta de cessar-fogo.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou também aos jornalistas que não excluía a possibilidade de uma chamada telefónica entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump.“Temos contactos planeados com os americanos nos próximos dias e contamos com isso para nos fornecer informações completas”, disse o porta-voz do Kremlin, em conferência de imprensa
Peskov acrescentou que uma chamada telefónica ao mais alto nível entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o homólogo russo, Vladimir Putin, era possível dentro de um ‘"período bastante curto".
Já o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, afirmou em entrevista publicada esta quarta-feira que Moscovo vai evitar compromissos que ponham em risco a vida das pessoas.Lavrov reiterou a posição da Rússia de que não aceitará, sob nenhuma condição, a presença de tropas da NATO na Ucrânia, caso haja um acordo de paz permanente.
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros afirmou, após as conversações entre Washington e Kiev, que também não excluía a possibilidade de contactos com representantes dos EUA.
A porta-voz do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, já tinha afirmado que Moscovo iria tomar as suas próprias decisões sobre o conflito na Ucrânia, depois de o Governo de Kiev ter revelado que estava pronto para apoiar a proposta de Washington para um cessar-fogo de 30 dias.
Segundo a agência russa TASS, Maria Zakharova frisou que “a posição da Federação Russa não ocorre no exterior devido a alguns acordos ou esforços de algumas partes. A formação da posição da Federação Russa tem lugar no interior da Federação Russa”. Antena 1
A 20 de janeiro, o presidente russo, Vladimir Putin, defendeu, durante uma reunião do Conselho de Segurança, que “não deve haver uma trégua curta, nem uma espécie de trégua para o reagrupamento de forças e o rearmamento com o objetivo de posteriormente continuar o conflito, mas uma paz a longo prazo”.
O presidente russo afirmou ainda que está aberto a discutir um acordo de paz. No entanto, Putin e os diplomatas russos afirmaram repetidamente que são contra um cessar-fogo e que procuram um acordo que salvaguarde a segurança da Rússia a longo prazo.
Para o Kremlin, a Ucrânia deve retirar-se totalmente de quatro regiões ucranianas reivindicadas e parcialmente controladas pela Rússia.CIA e SVR já falaram ao telefone
O diretor do Serviço de Informações Externas da Rússia (SVR), Sergei Narychkin, manteve uma conversa telefónica com o chefe da norte-americana CIA, John Ratcliffe, informaram as agências noticiosas russas esta quarta-feira.
“No dia 11 de março de 2025, teve lugar uma conversa telefónica entre o diretor do SVR, Sergei Narychkin, e o chefe da CIA, John Ratcliffe”, avançou a TASS que cita um comunicado de imprensa do SVR.
Este foi o primeiro contacto entre os dois responsáveis desde que Donald Trump chegou ao poder nos Estados Unidos em janeiro e um raro intercâmbio entre os serviços secretos russos e americanos desde o início da ofensiva russa na Ucrânia em fevereiro de 2022.
Durante a conversa, Narychkin e Ratcliffe “acordaram em contactos regulares” entre o SVR e a CIA “a fim de contribuir para as garantias de estabilidade e segurança internacionais, bem como para a redução do confronto nas relações entre Moscovo e Washington”, segundo o comunicado citado pela TASS.
O anúncio desta conversa telefónica surge numa altura em que Ucrânia aceitou uma proposta dos EUA para um cessar-fogo de 30 dias com a Rússia, afirmando estar “pronta para a paz” após mais de três anos de conflito e apelando a Moscovo para que dê a sua opinião, na sequência de uma reunião entre os EUA e a Ucrânia na Arábia Saudita.
Durante estas conversações, na ausência da Rússia, Washington anunciou como contrapartida o levantamento “imediato” da suspensão da ajuda militar a Kiev, que inclui a partilha de informações com a Ucrânia.
Sybiha em Varsóvia
O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Andrii Sybiha, que participou nas conversações de terça-feira na Arábia Saudita, está em Varsóvia.
Esta quarta-feira, o ministro polaco dos Negócios Estrangeiros, Radosław Sikorski, confirmou que as entregas de ajuda dos EUA à Ucrânia, através do centro logístico polaco de Rzeszów-Jasionka, voltaram aos níveis anteriores à breve pausa.
A Polónia, país-membro da NATO, descreve-se como um importante intermediário para o apoio logístico da ajuda ocidental a Kiev. De acordo com Varsóvia, cerca de 95 por cento dessa ajuda passa através do centro de Rzeszów-Jasionka, situado perto de Rzeszów (sudeste).
Para o ministro ucraniano, a decisão de Washington é “muito importante, especialmente agora, para a nossa defesa”.
O ministro polaco dos Negócios Estrangeiros frisou ainda que a Polónia está satisfeita com as novas propostas sobre a Ucrânia.
Para esta quarta-feira está prevista uma reunião em Paris dos ministros da Defesa da França, Alemanha, Reino Unido, Itália e Polónia, para debater a resposta da Europa às conversações de paz e uma eventual garantia de segurança para a Ucrânia.“Bola” está do lado de Moscovo
Após mais de oito horas de conversações com os oficiais ucranianos em Jeddah, na Arábia Saudita, o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, revelou que os EUA iriam agora levar a oferta à Rússia, e que a bola está no campo de Moscovo.
“A nossa esperança é que os russos respondam sim o mais rapidamente possível, para que possamos passar à segunda fase disto, que são as negociações reais”, disse Rubio aos jornalistas, referindo-se ao presidente dos EUA, Donald Trump.
Marco Rubio sublinhou ainda que Washington queria um acordo completo com a Rússia e a Ucrânia “o mais rápido possível”.
“Cada dia que passa, esta guerra continua, pessoas morrem, pessoas são bombardeadas, pessoas são feridas em ambos os lados deste conflito”, disse ele.
O conselheiro de segurança nacional de Trump, Mike Waltz, deverá encontrar-se com o seu homólogo russo nos próximos dias e o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, planeia visitar Moscovo esta semana para se encontrar com Putin.
Trump disse que poderia falar com Putin esta semana e que esperava que um cessar-fogo duradouro fosse negociado nos próximos dias.
Em que consiste o acordo de Jeddah?
A Ucrânia manifestou a sua disponibilidade para aceitar a proposta dos EUA de decretar um cessar-fogo imediato e provisório de 30 dias, que pode ser prolongado por acordo mútuo das partes, segundo as declarações conjuntas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou no seu discurso noturno em vídeo que os EUA propuseram um cessar-fogo provisório total, parando os ataques com mísseis, drones e bombas, não só no Mar Negro, mas também ao longo de toda a linha da frente.
“A Ucrânia está pronta para aceitar esta proposta - vemo-la como um passo positivo e estamos prontos para a aceitar”, acrescentou Zelensky.
Na declaração conjunta de terça-feira, os dois países disseram que concordaram em concluir o mais rapidamente possível um acordo abrangente para o desenvolvimento dos recursos minerais críticos da Ucrânia.O acordo sobre minerais, em andamento há semanas, ficou no limbo após uma reunião azeda na Casa Branca a 28 de fevereiro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, que há muito tempo é um cético em relação à ajuda à Ucrânia, e Zelensky.
Na terça-feira, os dois países também sublinharam a importância dos esforços de ajuda humanitária como parte do processo de paz, particularmente durante o cessar-fogo, incluindo a troca de prisioneiros de guerra, a libertação de detidos civis e o regresso de crianças ucranianas transferidas à força.
Kiev e Washington concordaram também em nomear as suas equipas de negociação e iniciar imediatamente as negociações de paz.
Além disso, a Ucrânia reiterou que os parceiros europeus devem ser envolvidos no processo de paz. O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, vai estar na Casa Branca na próxima quinta-feira.
Peskov acrescentou que uma chamada telefónica ao mais alto nível entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o homólogo russo, Vladimir Putin, era possível dentro de um ‘"período bastante curto".
Já o ministro russo dos Negócios Estrangeiros, Sergei Lavrov, afirmou em entrevista publicada esta quarta-feira que Moscovo vai evitar compromissos que ponham em risco a vida das pessoas.Lavrov reiterou a posição da Rússia de que não aceitará, sob nenhuma condição, a presença de tropas da NATO na Ucrânia, caso haja um acordo de paz permanente.
O ministro russo dos Negócios Estrangeiros afirmou, após as conversações entre Washington e Kiev, que também não excluía a possibilidade de contactos com representantes dos EUA.
A porta-voz do Ministério russo dos Negócios Estrangeiros, Maria Zakharova, já tinha afirmado que Moscovo iria tomar as suas próprias decisões sobre o conflito na Ucrânia, depois de o Governo de Kiev ter revelado que estava pronto para apoiar a proposta de Washington para um cessar-fogo de 30 dias.
Segundo a agência russa TASS, Maria Zakharova frisou que “a posição da Federação Russa não ocorre no exterior devido a alguns acordos ou esforços de algumas partes. A formação da posição da Federação Russa tem lugar no interior da Federação Russa”. Antena 1
A 20 de janeiro, o presidente russo, Vladimir Putin, defendeu, durante uma reunião do Conselho de Segurança, que “não deve haver uma trégua curta, nem uma espécie de trégua para o reagrupamento de forças e o rearmamento com o objetivo de posteriormente continuar o conflito, mas uma paz a longo prazo”.
O presidente russo afirmou ainda que está aberto a discutir um acordo de paz. No entanto, Putin e os diplomatas russos afirmaram repetidamente que são contra um cessar-fogo e que procuram um acordo que salvaguarde a segurança da Rússia a longo prazo.
Para o Kremlin, a Ucrânia deve retirar-se totalmente de quatro regiões ucranianas reivindicadas e parcialmente controladas pela Rússia.CIA e SVR já falaram ao telefone
O diretor do Serviço de Informações Externas da Rússia (SVR), Sergei Narychkin, manteve uma conversa telefónica com o chefe da norte-americana CIA, John Ratcliffe, informaram as agências noticiosas russas esta quarta-feira.
“No dia 11 de março de 2025, teve lugar uma conversa telefónica entre o diretor do SVR, Sergei Narychkin, e o chefe da CIA, John Ratcliffe”, avançou a TASS que cita um comunicado de imprensa do SVR.
Este foi o primeiro contacto entre os dois responsáveis desde que Donald Trump chegou ao poder nos Estados Unidos em janeiro e um raro intercâmbio entre os serviços secretos russos e americanos desde o início da ofensiva russa na Ucrânia em fevereiro de 2022.
Durante a conversa, Narychkin e Ratcliffe “acordaram em contactos regulares” entre o SVR e a CIA “a fim de contribuir para as garantias de estabilidade e segurança internacionais, bem como para a redução do confronto nas relações entre Moscovo e Washington”, segundo o comunicado citado pela TASS.
O anúncio desta conversa telefónica surge numa altura em que Ucrânia aceitou uma proposta dos EUA para um cessar-fogo de 30 dias com a Rússia, afirmando estar “pronta para a paz” após mais de três anos de conflito e apelando a Moscovo para que dê a sua opinião, na sequência de uma reunião entre os EUA e a Ucrânia na Arábia Saudita.
Durante estas conversações, na ausência da Rússia, Washington anunciou como contrapartida o levantamento “imediato” da suspensão da ajuda militar a Kiev, que inclui a partilha de informações com a Ucrânia.
Sybiha em Varsóvia
O ministro ucraniano dos Negócios Estrangeiros, Andrii Sybiha, que participou nas conversações de terça-feira na Arábia Saudita, está em Varsóvia.
Esta quarta-feira, o ministro polaco dos Negócios Estrangeiros, Radosław Sikorski, confirmou que as entregas de ajuda dos EUA à Ucrânia, através do centro logístico polaco de Rzeszów-Jasionka, voltaram aos níveis anteriores à breve pausa.
A Polónia, país-membro da NATO, descreve-se como um importante intermediário para o apoio logístico da ajuda ocidental a Kiev. De acordo com Varsóvia, cerca de 95 por cento dessa ajuda passa através do centro de Rzeszów-Jasionka, situado perto de Rzeszów (sudeste).
Para o ministro ucraniano, a decisão de Washington é “muito importante, especialmente agora, para a nossa defesa”.
O ministro polaco dos Negócios Estrangeiros frisou ainda que a Polónia está satisfeita com as novas propostas sobre a Ucrânia.
Para esta quarta-feira está prevista uma reunião em Paris dos ministros da Defesa da França, Alemanha, Reino Unido, Itália e Polónia, para debater a resposta da Europa às conversações de paz e uma eventual garantia de segurança para a Ucrânia.“Bola” está do lado de Moscovo
Após mais de oito horas de conversações com os oficiais ucranianos em Jeddah, na Arábia Saudita, o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, revelou que os EUA iriam agora levar a oferta à Rússia, e que a bola está no campo de Moscovo.
“A nossa esperança é que os russos respondam sim o mais rapidamente possível, para que possamos passar à segunda fase disto, que são as negociações reais”, disse Rubio aos jornalistas, referindo-se ao presidente dos EUA, Donald Trump.
Marco Rubio sublinhou ainda que Washington queria um acordo completo com a Rússia e a Ucrânia “o mais rápido possível”.
“Cada dia que passa, esta guerra continua, pessoas morrem, pessoas são bombardeadas, pessoas são feridas em ambos os lados deste conflito”, disse ele.
O conselheiro de segurança nacional de Trump, Mike Waltz, deverá encontrar-se com o seu homólogo russo nos próximos dias e o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, planeia visitar Moscovo esta semana para se encontrar com Putin.
Trump disse que poderia falar com Putin esta semana e que esperava que um cessar-fogo duradouro fosse negociado nos próximos dias.
Em que consiste o acordo de Jeddah?
A Ucrânia manifestou a sua disponibilidade para aceitar a proposta dos EUA de decretar um cessar-fogo imediato e provisório de 30 dias, que pode ser prolongado por acordo mútuo das partes, segundo as declarações conjuntas.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou no seu discurso noturno em vídeo que os EUA propuseram um cessar-fogo provisório total, parando os ataques com mísseis, drones e bombas, não só no Mar Negro, mas também ao longo de toda a linha da frente.
“A Ucrânia está pronta para aceitar esta proposta - vemo-la como um passo positivo e estamos prontos para a aceitar”, acrescentou Zelensky.
Na declaração conjunta de terça-feira, os dois países disseram que concordaram em concluir o mais rapidamente possível um acordo abrangente para o desenvolvimento dos recursos minerais críticos da Ucrânia.O acordo sobre minerais, em andamento há semanas, ficou no limbo após uma reunião azeda na Casa Branca a 28 de fevereiro entre o presidente dos EUA, Donald Trump, que há muito tempo é um cético em relação à ajuda à Ucrânia, e Zelensky.
Na terça-feira, os dois países também sublinharam a importância dos esforços de ajuda humanitária como parte do processo de paz, particularmente durante o cessar-fogo, incluindo a troca de prisioneiros de guerra, a libertação de detidos civis e o regresso de crianças ucranianas transferidas à força.
Kiev e Washington concordaram também em nomear as suas equipas de negociação e iniciar imediatamente as negociações de paz.
Além disso, a Ucrânia reiterou que os parceiros europeus devem ser envolvidos no processo de paz. O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, vai estar na Casa Branca na próxima quinta-feira.
O ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Andrii Sybiha, que participou nas conversações de Jeddah, revelou também que falou com vários ministros europeus dos Negócios Estrangeiros “sobre os resultados da reunião”.
c/ agências
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