Leão ataca família e mata criança numa reserva de Angola
Um leão atacou uma família na reserva do Luando, na província de Malange, provocando a morte de uma criança, numa acção que os especialistas atribuem à fome provocada pela escassez de animais naquela área protegida do centro de Angola.
O ataque, ocorrido em meados de Setembro, foi hoje referido à Agência Lusa por Pedro Vaz Pinto, que coordenou a expedição científica que esteve duas semanas no Luando à procura da palanca negra gigante, uma espécie única de antílope que apenas vive naquela região.
"A família, um casal e dois filhos, ia de bicicleta de uma aldeia para outra, quando apareceu um leão, que se atirou a uma das crianças", salientou o coordenador do Núcleo de Ambiente e Recursos Naturais do Centro de Estudos e Investigação Científica da Universidade Católica de Angola.
Segundo Vaz Pinto, "a mãe conseguiu agarrar a cauda do animal, enquanto o pai lutou com o animal, acabando por o degolar com uma faca".
"O pai ficou ferido, conseguiu matar o animal, mas não impediu a morte do filho", acrescentou.
Segundo o investigador, este ataque sugere a falta de alimentos para os leões na Reserva do Luando, já que este tipo de ataques "não pode considerar-se normal".
"Infelizmente, os leões são raros naquela área, e digo infelizmente porque isso é um mau sinal. Quando há muitos leões, quer dizer que também há muita caça e ali o número de animais diminuiu muito", afirmou.