Lésbicas chinesas congestionam a primeira linha de apoio telefónico
A primeira linha telefónica de apoio chinesa criada especificamente para dar apoio a lésbicas tem estado congestionada desde que foi criada em Outubro, informa hoje o jornal estatal China Daily.
Localizada em Xangai, a linha gratuita funciona duas horas ao sábado, s endo o apoio e aconselhamento garantido por uma dúzia de voluntárias, todas elas lésbicas ("lala", em chinês), que atendem em média sete ou oito chamadas.
Este serviço é uma extensão de uma outra linha de apoio direccionada pa ra todos os homossexuais, mas onde colaboram apenas voluntários do sexo masculin o, uma iniciativa da Fundação Chi Heng, de Hong Kong.
"A sociedade presta muito menos atenção às lésbicas porque não são uma população de risco na disseminação do HIV-SIDA, mas elas têm muitos problemas ps icológicos", disse Chung To, dirigente da fundação que patrocina a linha de apoi o, citado pelo China Daily.
Para os milhões de "lala" chinesas, reporta o jornal, a situação é aind a mais obscura do que a dos gays, o que causa uma interacção ainda mais difícil com o resto da sociedade.
Jane, 36 anos, descobriu muito jovem que gostava de mulheres, e durante mais de dez anos pensou ser doente até que um psicólogo lhe explicou que era ap enas homossexual, contou a própria ao periódico China Daily.
Actualmente a tirar um doutoramento, Jane vive com a sua parceira em Xa ngai e deseja ter um filho.
A socióloga chinesa Li Yinhe submeteu já por três vezes ao Congresso Na cional Popular (a Assembleia da República chinesa) uma proposta para legalizar o casamento entre homossexuais.
"A lei é um atalho para eliminar a discriminação social", escreveu Li n o seu blogue pessoal.
Segundo dados do Centro de Saúde Sexual do Hospital Universitário de Qi ngdao, há 30 milhões de homossexuais na China, um número muito acima dos cinco a dez milhões que o Ministério da Saúde chinês estimou em Dezembro de 2004.
Só em 2001 é que as autoridades chinesas revogaram a posição oficial de que a homossexualidade era uma doença mental, o que levou a uma maior abertura e aceitação das escolhas homossexuais.