Libertado no Chade líder de partido opositor da Guiné Equatorial

por Lusa

O secretário-geral do partido equato-guineense Convergência para a Democracia Social (CPDS), Andres Esono Ondo, preso dia 11 no Chade, foi libertado e está a caminho de Malabo, disseram fontes policiais e familiares à agência de notícias francesa AFP.

"Libertámos o opositor equato-guineense, que decidiu regressar a casa em Malabo, e já apanhou o voo desta manhã para Douala", disse uma fonte policial chadiana à AFP.

Esono Ondo foi detido a caminho do congresso do principal partido da oposição do Chade, a União Nacional para a Democracia e a Renovação (UNDR), na província de Guera, no centro do país.

Pouco tempo depois, Malabo acusou-o de ter como "único objetivo a aquisição de armas e munições e o recrutamento de terroristas para levar a cabo um golpe de Estado na Guiné Equatorial com financiamento estrangeiro".

Na segunda-feira, o partido Convergência para a Democracia Social (CPDS) condenou a detenção do seu secretário-geral, Esono Ondo, por se tratar de um "rapto sem justa causa pelas autoridades chadianas".

Em 2015, Andres Esono Ondo foi acusado de ter recrutado uma pessoa com a doença de Ébola para introduzir o vírus na Guiné Equatorial por ocasião da Copa Africana de Nações (CAF), mas foi libertado depois de estas acusações terem sido consideradas falsas e fabricadas por familiares do regime equato-guineense.

A Guiné Equatorial tem tido uma história turbulenta de golpes e tentativas de golpes desde a sua independência da Espanha, em 1968, e é frequentemente criticada nos relatórios das organizações internacionais de direitos humanos.

O país, que integra a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, é liderado há quatro dezenas de anos por Teodoro Obiang Nguema, considerado líder de uma das ditaduras mais fechadas do mundo, suportada pelas fortes receitas de petróleo da Guiné Equatorial.

Andrés Esono Ondo é um dos poucos opositores que vivem no país e chegou a ser o único deputado da oposição eleito no congresso de deputados, totalmente controlado pelo partido da maioria.

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