Líder da Coreia do Norte libertou norte-americano após "repetidos pedidos" de Obama
Seul, 23 out (Lusa) -- O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, decidiu libertar pessoalmente Jeffrey Fowle, um dos três norte-americanos detidos no país asiático, após os "repetidos pedidos" de Barack Obama, refere hoje a agência norte-coreana KCNA.
O "líder supremo" de Pyongyang "decretou a libertação de Jeffrey Edward Fowle como uma medida especial, tendo em conta as repetidas petições do Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama", indica o despacho da agência estatal norte-coreana.
O Governo dos Estados Unidos anunciou na terça-feira a libertação de Jeffrey Fowle, de 56 anos, detido em maio quando estava em viagem turística em Pyongyang por alegadamente deixar uma bíblia escondida no seu alojamento.
A KCNA disse em comunicado que "o criminoso foi entregue aos Estados Unidos segundo os procedimentos legais pertinentes", sem adiantar pormenores da libertação.
É considerado pouco comum que o regime norte-coreano tenha libertado o detido em função dos pedidos de Obama, já que em situações anteriores as libertações de norte-americanos requereram as visitas a Pyongyang de altas personalidades, como os ex-presidentes Bill Clinton e Jimmy Carter.
Depois de regressar a casa em Miamisburg (Ohio), Fowle apareceu na quarta-feira perante os jornalistas junto da mulher e filhos, sem fazer declarações, enquanto um advogado da família declarou que o norte-americano se encontra "de boa saúde" e que foi bem tratado durante a detenção na Coreia do Norte.
Depois de ter sido conhecida a libertação de Fowle, a Casa Branca e o Departamento de Estado voltaram a instar Pyongyang para libertar "imediatamente" os outros dois norte-americanos que continuam detidos na Coreia do Norte, Matthew Miller e Kenneth Bae.
Miller, de 24 anos e que também viajou como turista para a Coreia do Norte, foi detido em abril por protagonizar um alegado incidente ao passar por um controlo de imigração.
A detenção de Bae, missionário norte-americano de origem coreana, ocorreu em novembro de 2012 e mais tarde foi condenado a 15 anos de trabalhos forçados por realizar supostamente atividades religiosas no país.