Líder de Macau reitera vontade de visitar Portugal na primeira metade de 2026

O líder do Governo de Macau, Sam Hou Fai, disse que continu a planear visitar Portugal e Espanha no primeiro semestre do próximo ano, avançou a imprensa da região semiautónoma chinesa.

Lusa /

O anúncio foi feito na sequência de uma cerimónia de celebração do Dia Nacional da China, na quarta-feira.

A Rádio Macau noticiou que Sam Hou Fai "antecipa que as visitas oficiais a Portugal e a Espanha serão possíveis no primeiro semestre do próximo ano."

A viagem, que estava inicialmente marcada para meados de setembro, foi adiada.

Sam Hou Fai preparar e a coordenar "de forma ativa" a visita e "está confiante de que os preparativos relevantes serão concretizados no primeiro semestre do próximo ano."

O chefe do Executivo revelou ainda que, desde a tomada de posse, em dezembro, "Portugal foi sempre o primeiro destino que considerou para uma visita", e que tem vindo a fazer "preparativos e a comunicar com o governo" português.

No entanto, a viagem "não foi possível" até agora devido aos "assuntos urgentes" do governo da RAE, acrescentou Sam Hou Fai.

Na segunda-feira, o líder de Macau nomeou o atual secretário para a Administração e Justiça, André Cheong Weng Chon, para deputado da Assembleia Legislativa.

Na quarta-feira, Sam Hou Fai disse aos jornalistas que a nomeação de André Cheong teve como objetivo "promover uma interação e comunicação saudáveis" entre os órgãos executivo e legislativo durante a formulação e análise de políticas e os debates no parlamento, de acordo com o jornal chinês Cheng Pou.

André Cheong agradeceu a confiança do Chefe do Executivo: "Vou utilizar plenamente a minha experiência anterior em administração pública e assuntos jurídicos para melhor promover uma interação positiva entre os órgãos executivo e legislativo, e empenhar-me-ei em fazer um bom trabalho na Assembleia Legislativa".

Quando questionado pelos jornalistas sobre se viria a ser o presidente da Assembleia Legislativa, Cheong recordou que, "de acordo com o Regimento da Assembleia Legislativa, o Presidente é eleito por todos os deputados através dos procedimentos estabelecidos".

Cheong acrescentou que, "independentemente do cargo que venha a ocupar na Assembleia Legislativa, dedicará todos os seus esforços ao trabalho" do parlamento local.

À Lusa, o comentador político Sonny Lo Shiu-Hing descreveu a nomeação de Cheong como "uma jogada estratégica, porque é algo sem precedentes. Nunca vi um secretário, depois de 1999, ser transferido para a Assembleia Legislativa [AL]".

"A relação entre o Executivo e o Legislativo em Macau sairá reforçada", defende Sonny Lo, com mais um deputado para "diminuir o fosso de comunicação" entre a AL e o Conselho Executivo.

Este órgão, que auxilia Sam Hou Fai na tomada de decisões e na elaboração de leis e regulamentos, passará a ter três deputados entre os seus membros, recordou o analista político.

Song Pek Kei, a segunda deputada mais votada nas eleições de 14 de setembro, e o deputado escolhido por sufrágio indireto Ip Sio Kai também fazem parte do Conselho Executivo, cujo porta-voz é atualmente André Cheong.

Há duas semanas, os residentes de Macau elegeram, por sufrágio direto, 14 dos 33 deputados. Outros 12 foram escolhidos por sufrágio indireto, através de associações.

Sam Hou Fai nomeou os restantes sete deputados, seis dos quais caras novas, incluindo Kou Ngon Seng, diretor-geral do Centro de Pesquisa Estratégica para o Desenvolvimento de Macau, um órgão de reflexão do Governo.

Outros nomes incluem o presidente do Conselho Superior de Advocacia, Lei Wun Kong, e o diretor da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Politécnica, Lam Fat Iam.

O Parlamento contará ainda com o presidente e fundador da Associação de Transmissão ao Vivo de Macau, Wong Ka Lon, e Chao Ka Chong, líder da empresa tecnológica local BoardWare Intelligence.

O único deputado que mantém o lugar entre os nomeados é o diretor da Escola Secundária Pui Ching, Kou Kam Fai.

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