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Líder dissidente diz que votar no candidato da Renamo é voltar à guerra

por Lusa

Maputo, 14 out 2019 (Lusa) - O líder da autoproclamada Junta Militar da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), Mariano Nhongo, apelou hoje ao eleitorado moçambicano para não votar no candidato do partido, Ossufo Momade, nas presidenciais, dizendo que seria abrir "espaço" para uma nova guerra no país.

"Votar no Ossufo é abrir espaço para que haja guerra e a guerra é má", disse Mariano Nhongo, numa declaração, por telefone, para jornalistas reunidos na cidade da Beira, capital da província de Sofala, centro de Moçambique, na véspera das eleições gerais.

Mariano Nhongo acusou o líder da Renamo e candidato do partido à Presidência da República de não se ter empenhado em assegurar a integração dos homens armados do movimento no exército, polícia e serviços de informação, no âmbito das negociações que culminaram com a assinatura do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, no dia 06 de agosto.

"Ossufo é um grande traidor, vendeu o nosso partido Renamo", afirmou Mariano Nhongo, que falava a partir da serra da Gorongosa, província de Sofala, sem precisar a localização.

Apesar de desencorajar o voto em Ossufo Momade, o líder do grupo dissidente exortou ao voto no partido.

Mariano Nhongo disse ainda estar "cercado" por "batalhões", ameaçando responder com força armada, caso seja atacado, tal como tem referido desde junho.

A autoproclamada Junta Militar da Renamo exige a destituição de Ossufo Momade da presidência do partido, acusando-o de ser um agente do Serviço de Informação e Segurança do Estado (SISE) e de não ter acautelado os interesses da guerrilha da organização nas negociações de paz com o Governo.

Um total de 13,1 milhões de eleitores moçambicanos vão escolher na terça-feira o Presidente da República, 250 deputados do parlamento, dez governadores provinciais e respetivas assembleias.

As sextas eleições gerais de Moçambique contam com quatro candidatos presidenciais e 26 partidos a concorrer às legislativas e provinciais, sendo que só os três partidos com assento parlamentar no país (Frelimo, Renamo e MDM) concorrem em todos os círculos eleitorais.

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