Líder do Governo de Macau diz quer quer visitar Portugal "em abril ou maio"
O líder do Governo de Macau disse hoje que quer visitar Portugal "em abril ou maio", naquela que será a primeira deslocação ao estrangeiro desde que Sam Hou Fai tomou posse, em dezembro de 2024.
"Ainda estou a contactar com o gabinete do primeiro-ministro", Luís Montenegro, disse numa conferência de imprensa após a apresentação das Linhas de Ação Governativa para 2026.
"Eu estou com esperança, (...) gostaria de fazer esta e que fosse ainda a minha primeira paragem no exterior como chefe do Executivo", acrescentou Sam, o primeiro líder da região semiautónoma chinesa a dominar a língua portuguesa.
A visita oficial do líder do Governo de Macau a Portugal e a Espanha estava inicialmente marcada para meados de setembro, mas foi adiada, sem data prevista.
"Precisei de adiar este meu plano", admitiu Sam, justificando a decisão com "assuntos urgentes", como a realização das eleições para o parlamento local (Assembleia Legislativa), que decorreram em 14 de setembro.
"Espero que em abril ou maio possa viajar e ter encontro com os líderes de Portugal", acrescentou o chefe do Executivo.
Sam Hou Fai já não irá assim reunir-se com o atual Presidente, Marcelo Rebelo de Sousa, cujo mandato irá terminar a 09 de março. As eleições presidenciais estão marcadas para 18 de janeiro, com uma possível segunda volta em 08 de fevereiro.
Apesar do adiamento, Sam Hou Fai e Luís Montenegro encontraram-se, em Macau, em 10 de setembro, no âmbito de uma visita oficial do primeiro-ministro português à China e ao Japão.
Na altura, Montenegro revelou que a Comissão Mista Portugal--Macau irá reunir-se entre 04 e 06 de fevereiro de 2026, pela primeira vez desde 2019, antes da pandemia de covid-19.
O primeiro-ministro disse que "as coisas estarão encaminhadas" quanto a uma solução para as restrições à residência de portugueses em Macau.
Macau não aceita desde agosto de 2023 novos pedidos de residência de portugueses para o "exercício de funções técnicas especializadas", permitindo apenas justificações de reunião familiar ou anterior ligação ao território.
As orientações eliminam uma prática firmada após a transição de Macau, em 1999.
Aos portugueses resta a emissão de um `blue card`, autorização limitada ao vínculo laboral, sem os benefícios dos residentes, nomeadamente ao nível da saúde ou da educação.
A única alternativa para garantir o bilhete de identidade de residente passa agora por uma candidatura aos recentes programas de captação de quadros qualificados.
Os censos de 2021 indicam mais de 2.200 pessoas nascidas em Portugal a viver em Macau. A última estimativa dada à Lusa pelo Consulado-geral de Portugal apontava para cerca de 155 mil portadores de passaporte português entre os residentes de Macau e Hong Kong.