Líder dos democratas no Senado exige divulgação completa dos ficheiros Epstein
O líder democrata no Senado norte-americano, Chuck Schumer, apresentou hoje uma resolução que insta este órgão a tomar medidas contra o Departamento de Justiça por não divulgar todos os documentos relacionados com o caso Jeffrey Epstein.
"O povo norte-americano merece total transparência, e os senadores democratas vão utilizar todas as ferramentas à disposição para a garantir. Não podemos permitir que este governo esconda a verdade", disse Schumer num comunicado nas redes sociais.
O Departamento de Justiça lançou um `site` na passada sexta-feira sobre os documentos da investigação de Epstein e a sua rede de exploração sexual de menores, depois de o Congresso ter aprovado uma lei que exige que a administração de Washington divulgue todas as informações não classificadas do caso.
No entanto, o Departamento de Justiça reconheceu que haverá atrasos na divulgação completa dos documentos devido ao grande volume de dados e à complexidade da informação.
"O público recebeu apenas uma fração dos ficheiros, e o que foi divulgado estava repleto de excertos censurados de forma anormal e excessiva, sem qualquer explicação. Ao mesmo tempo, as identidades de inúmeras vítimas não foram censuradas, causando danos reais e imediatos", criticou Schumer.
A controvérsia eclodiu no fim de semana, quando foi revelado que o Departamento de Justiça removeu mais de uma dúzia de imagens, incluindo fotografias do Presidente norte-americano, Donald Trump, que foram posteriormente reintegradas no arquivo.
Entre elas, está uma imagem da secretária de Epstein que mostra uma gaveta com várias fotografias de Trump com mulheres em fato de banho.
Entre os cerca de 4.000 ficheiros divulgados na sexta-feira pelo Departamento de Justiça, prazo estabelecido por lei para a sua publicação, várias fotos mostram Jeffrey Epstein na companhia de superestrelas como Michael Jackson e Mick Jagger e do ex-presidente Bill Clinton.
No entanto, alguns rostos foram enegrecidos, assim como grandes excertos de documentos, ou 119 páginas de um documento judicial de um tribunal de Nova Iorque, riscadas sem explicação.
No sábado, o líder democrata no Senado já tinha estado entre as personalidades que acusaram o Departamento de Justiça de violar a lei após a divulgação de alguns ficheiros relacionados com o criminoso sexual condenado.
Schumer alegou que faltavam documentos nos arquivos e que muitos dos que foram divulgados tinham sido censurados, com rostos desfocados em fotografias e excertos de documentos escritos omitidos, incluindo o caso do grande júri, que é fundamental para identificar os responsáveis ??pelos abusos.
Alguns políticos republicanos também criticaram as ações do Departamento de Justiça, como o representante do Kentucky Thomas Massie, que liderou a campanha de aprovação do projeto de lei juntamente com o democrata Ro Khanna.
Ambos destacaram que a lei que defenderam foi especificamente criada para impedir a censura praticada pelo Departamento de Justiça.
No sábado, foram divulgados mais ficheiros sobre Jeffrey Epstein, que se suicidou em 2019, incluindo materiais do grande júri sobre o seu caso e da sua cúmplice e ex-companheira, Ghislaine Maxwell.
Outrora próximo de Jeffrey Epstein, com quem circulava nos mesmos círculos, Donald Trump sempre negou qualquer conhecimento do seu comportamento criminoso e afirma que rompeu relações com ele antes de ser investigado pelas autoridades.
Embora tenha declarado durante a sua campanha presidencial de 2024 que apoiava a divulgação dos ficheiros Epstein, resistiu posteriormente a fazê-lo durante muito tempo, classificando o caso como uma farsa orquestrada pelos democratas.
No entanto, o líder republicano cedeu finalmente à pressão do Congresso e até de parte dos seus apoiantes e sancionou em novembro uma lei que exige transparência sobre este caso à sua administração.