Líder indígena assassinado a tiro no Mato Grosso do Sul
São Paulo, 18 nov (Lusa) - Um líder indígena da etnia Guarani Kaiowá foi assassinado no Estado brasileiro do Mato Grosso do Sul por pistoleiros encapuzados, segundo informações publicadas na imprensa brasileira.
Um grupo de 40 homens, armados e de rostos cobertos, invadiu o acampamento onde estavam cerca de 60 índios e começou a disparar, do que resultou a morte do cacique Nísio Gomes, que foi atingido na cabeça e cujo corpo foi levado pelos atacantes em uma camioneta.
Segundo a Fundação Nacional do Índio (FUNAI), representantes do governo brasileiro estão no local para dar assistência aos indígenas, vai ser aberto um inquérito para investigar o ataque e agentes da polícia foram deslocados para a área do conflito.
O jornal Folha de São Paulo adianta que os guaranis disseram que uma mulher e uma criança também foram mortas no ataque, mas a FUNAI não confirma a informação e considera-as "desaparecidas".
O caso ocorreu numa região denominada Terra Indígena Amambaipeguá. Os guaranis reivindicam a posse histórica da área, hoje ocupada por propriedades rurais. O grupo atacado estava acampado há cerca de 15 dias na área.
De acordo com a Agência Brasil, o processo de demarcação da terra começou em junho de 2008, mas foi interrompido diversas vezes por decisões judiciais. As ações foram movidas por produtores rurais e por forças políticas locais que contestam a entrega da área aos índios.
O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) calcula que, nos últimos oito anos, cerca de 200 índios foram mortos em conflitos de terra no Brasil.