Líder sul-coreano entende que deve "pedir desculpas" a Pyongyang por atos do antecessor
O Presidente sul-coreano, Lee Jae-myung, considerou hoje que deve um pedido de desculpas à Coreia do Norte pela ordem dada pelo seu antecessor de enviar drones e panfletos de propaganda para o outro lado da fronteira.
"Acho que devo pedir desculpas, mas hesito em dizer isso em voz alta", afirmou o chefe de Estado numa conferência de imprensa que marcou o primeiro aniversário da declaração efémera da lei marcial pelo ex-presidente Yoon Suk-yeol.
"Se o fizer, receio que isso possa ser usado como argumento em batalhas ideológicas ou para me acusar de ser partidário do Norte", acrescentou.
As declarações de Lee têm como referência acusações de que Yoon terá ordenado ao Exército sul-coreano que sobrevoasse Pyongyang com drones e lançasse panfletos hostis à Coreia do Norte, com o objetivo de provocar uma resposta militar.
Uma reação de Pyongyang poderia ter legitimado a proclamação da lei marcial por Yoon Suk-yeol, fornecendo-lhe o pretexto para uma situação de emergência nacional.
O ex-presidente deposto foi acusado pela justiça do país no mês passado de, em conjunto com outras pessoas, "conspirar para criar as condições que permitiriam declarar a lei marcial de emergência, aumentando assim o risco de um confronto armado intercoreano", segundo o Ministério Público.
A Coreia do Norte declarou no ano passado ter provas de que o seu vizinho enviou drones para lançar panfletos de propaganda sobre a sua capital, um ato que o exército de Seul não confirmou.