Louvre. Trabalhadores em greve contra más condições de trabalho

A Confederação Geral do Trabalho (CGT), a Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT) e o Solidários, Unitários e Democráticos (SUD) foram as estruturas sindicais que convocaram a greve.

RTP /
Teresa Suarez - EPA

Os trabalhadores do museu do Louvre, em Paris, iniciam esta segunda-feira uma greve por tempo indeterminado. Em causa estão a falta de recursos e de condições de trabalho.

“Devido a uma greve, o museu está fechado de momento”, assim se lê no site oficial do museu.A paralisação foi aprovada por unanimidade no passado domingo pelos cerca de 400 trabalhadores do museu, em protesto contra a falta de recursos e de condições de trabalho do Louvre.

O representante da CGT no Louvre, Christian Galani, afirmou este domingo ao canal BFMTV que “há tal nível de exasperação que tudo indica que as condições estão reunidas para uma greve muito forte”, denunciando o “estado ruinoso do edifício e a segurança da instituição”.

Em causa estão incidentes que tiveram lugar nos últimos meses, mais concretamente o roubo de oito joias de 19 de outubro – permitido devido a graves falhas de segurança – e uma fuga de água no departamento egípcio, que danificou centenas de livros e documentos. A fuga de água provocou o encerramento de alguns espaços, incluindo uma galeria de antiguidades gregas.

O dirigente sindical denuncia, ainda, a eliminação de 200 postos de trabalho nos últimos 15 anos, algo que não consegue responder ao aumento do número de visitantes (8,7 milhões em 2024), e o aumento do preço dos bilhetes para cidadãos fora da UE de 22 para 32 euros, a entrar em vigor a 14 de janeiro.O aumento é defendido pela ministra da Cultura, Rachida Dati, como forma de “financiar a renovação do património nacional”.


A 8 de dezembro, a CGT e a CFDT haviam enviado uma carta à ministra da Cultura a denunciar o esgotamento dos funcionários do museu, considerados como “o último reduto antes do colapso”.

O Ministério havia decretado um corte de 5,7 milhões de euros de financiamento ao Louvre, mas Rachida Dati estará a reconsiderar a medida, de acordo com a agência France-Presse.

A ministra também já encarregou o presidente da Reconstruir Notre Dame, Philippe Jost, de elaborar recomendações “para enfrentar os desafios identificados e fortalecer o património do maior museu do mundo”.

As conclusões de um inquérito administrativo apresentado na passada quarta-feira, realizado na sequência do roubo de 19 de outubro, detetaram falhas de segurança significativas. “No tempo de 30 segundos, os agentes da segurança privada Securitas ou a polícia poderiam impedir a fuga dos assaltantes”, afirmou Noël Corbin, diretor da Inspeção Geral dos Assuntos Culturais (IGAC) na apresentação do inquérito.

O escândalo levou os senadores a chamarem o antigo presidente do Loure, Jean-Luc Martinez, e a atual líder da instituição, Laurence des Cars, que serão ouvidos esta semana.
Tópicos
PUB