Macau entra em confinamento com a aproximação do supertufão Ragasa
Macau e várias regiões do sul da China entraram hoje em `confinamento`, decretando o encerramento de escolas e cancelando voos devido à aproximação do supertufão Ragasa, comparável a algumas das tempestades mais destrutivas da história recente da região.
De acordo com o Observatório Meteorológico de Hong Kong, o Ragasa estava a gerar hoje ventos de até 205 km/h no seu centro enquanto se deslocava hoje para oeste através do mar do Sul da China.
Em Macau, o sinal 8 foi emitido às 17:00 (10:00 em Lisboa) e fixou o estado de prevenção imediata, depois de ter emitido o aviso vermelho de `storm surge` (maré de tempestade) às 18:00 (11:00 em Lisboa).
As autoridades acrescentaram que o sinal 9 deverá ser emitido entre a meia-noite e as 02:00 desta quarta-feira, com forte possibilidade de o sinal 10, o mais elevado, ser acionado ainda na madrugada ou manhã do mesmo dia.
A escala de alerta de tempestades tropicais é formada pelos sinais 1, 3, 8, 9 e 10, com a emissão a depender da proximidade da tempestade e da intensidade do vento.
O Centro Meteorológico Nacional da China previu que o tufão atingiria a zona costeira entre as cidades de Taishan e Zhanjiang, em Guangdong, a potência económica do sul da China, entre o meio-dia e a noite de quarta-feira (hora local).
Mais de 370 mil pessoas foram realojadas na província, informou a agência de notícias estatal Xinhua.
Em toda a região, os residentes que vivem em áreas propensas a inundações colocaram sacos de areia e barreiras nas suas portas, enquanto outros cobriram janelas e portas de vidro com fita adesiva para se prepararem para ventos fortes.
Muitas pessoas abasteceram-se de alimentos e outros mantimentos, e alguns vendedores de mercado relataram que os seus produtos estavam a esgotar-se rapidamente, noticiou a agência Associated Press (AP).
Centenas de voos foram cancelados em Hong Kong e o aeroporto de Shenzhen decidiu interromper todos os voos a partir da noite de terça-feira.
O governo de Macau estava hoje a retirar residentes e turistas e ordenou o encerramento de pontes.
As últimas travessias na ponte que liga Macau a Hong Kong, assim com as saídas de ferries que ligam as duas regiões administrativas especiais chinesas, foram fixadas para as 13:00.
Outras ligações marítimas entre Macau e o interior da China foram também suspensas e as fronteiras entre Macau e a China encerradas.
Os residentes de Macau em andares mais altos foram instados a tomar precauções contra os impactos potencialmente graves de ventos sustentados superiores a 200 quilómetros por hora e rajadas até 260, além de chuvas torrenciais, segundo os serviços meteorológicos, o que, se coincidirem com a maré alta astronómica na quarta-feira, abrem a possibilidade de inundações de magnitude comparável às observadas durante os tufões Hato e Mangkhut.
As escolas foram encerradas em Hong Kong e em Macau. Centenas de residentes procuraram refúgio em abrigos temporários no centro financeiro e três feridos foram tratados em hospitais.
Outras cidades, como o polo tecnológico chinês de Shenzhen, Cantão e Foshan, na província de Guangdong, e Haikou, na província de Hainan, determinaram o cancelamento das aulas e a suspensão gradual de outros negócios, produção e transporte.
Considerado um dos tufões mais fortes dos últimos anos, já causou a morte a três pessoas e deixou desalojadas milhares nas Filipinas.
Fortes chuvas provocaram ainda o transbordo de um lago no leste do condado de Hualien, em Taiwan, e torrentes de água correram rio abaixo e destruíram uma ponte, informou a Agência Central de Notícias.
As autoridades locais disseram que duas pessoas morreram e outras 30 estão desaparecidas.
Outras 28 pessoas ficaram feridas em toda a ilha e mais de 7.000 pessoas foram retiradas, segundo as autoridades.