Maioria dos brasileiros não gostaria de viver em São Paulo

A maioria dos brasileiros não gostaria de viver na cidade de São Paulo, segundo uma sondagem hoje divulgada, a primeira realizada na sequência da onda de violência registada na semana passada.

Agência LUSA /

Segundo a sondagem do Instituto Datafolha, 83 por cento dos 6.000 entrevistados em todo o Brasil disseram que não gostariam de viver em São Paulo, contra 11 por cento que nela gostariam de viver e seis por cento que já nela residem.

Na última sondagem, realizada em 2003, na qual os entrevistados responderam à mesma pergunta, 72 por cento disseram que não gostariam de morar em São Paulo, contra 17 por cento que disseram "sim".

O aumento do número de entrevistados que disseram preferir morar fora de São Paulo pode ser resultado do medo causado nos brasileiros, depois da recente onda de violência, segundo o director do DataFolha, Mauro Paulino.

Instados a apontar os culpados da recente onda de violência em São Paulo, os entrevistados da sondagem não pouparam as autoridades brasileiras.

Juizes e promotores, identificados com a suposta lentidão do Poder Judicial, o que causaria uma sensação de impunidade na sociedade brasileira, foram apontados como os "maiores responsáveis pelos ataques".

Os políticos também foram considerados "muito responsáveis" pelos ataques, nomeadamente os deputados e senadores da República.

O actual governador de São Paulo, Cláudio Lembo, foi apontado como sendo "muito responsável" por 32 por cento dos entrevistados, seguido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com 30 por cento.

A sondagem ouviu também a opinião dos entrevistados sobre a possibilidade de a pena capital vir a ser adoptada pelo Poder Judicial brasileiro.

Quase metade dos entrevistados (49 por cento) disse ser a favor da pena capital, contra 45 por cento que preferem manter a actual pena máxima de detenção de 30 anos, segundo a legislação brasileira.

A sondagem ouviu os eleitores de 258 cidades brasileiras, entre os dias 23 e 24 de Maio, com uma margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos.


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