Maioria dos russos considera época de Brejnev "tempos de bem-estar"

A maioria dos russos considera a Era Brejnev ( 1964-1982) "tempos de bem estar", segundo uma sondagem divulgada hoje, dois dias antes do centenário do nascimento do antigo presidente soviético.

Agência LUSA /

Num estudo realizado pela Fundação Opinião Publica, 61 por cento dos inquéritos fizeram uma avaliação positiva daquela época e apenas 17 por cento a recordam como "negativa". E entre pessoas com idades entre 36 e 54 anos, a avaliação positiva sobe para 75%.

Mesmo entre os jovens russos (até aos 35 anos), 35 por cento dão uma nota positiva a esse período do regime comunista, enquanto 20 por cento o consideram negativo.


Quanto ao papel desempenhado pelo antigo dirigente comunista na história da URSS, 50 por cento consideram-no positivo, enquanto que 16 por cento têm o pinião contrária.

Contudo, 42 por cento respondem negativamente à pergunta : "Gostaria de fazer regressar o país ao período histórico em que ele foi dirigido por Brejnev, com todos os aspectos e particularidades distintivas da vida desse período?", e 36 por cento mostraram-se dispostos a entrar na "máquina do tempo".

Segundo este estudo, a maioria dos saudosistas da "época de Brejnev" vive na província russa.

O centenário do nascimento de Leonid Brejnev, que se assinala a 19 de Novembro na Ucrânia (onde nasceu) e na Rússia (onde governou), está a ser marcado pela publicação de numerosos artigos e filmes documentários sobre a vida e a obra desse dirigente comunista.

Por um lado, sublinha-se que, nessa época, a URSS atingiu o auge do seu poderio a nível global, conseguiu a paridade militar com os Estados Unidos, e a supremacia no desbravamento do Espaço.

Por outro lado, chama-se a atenção para o facto de Brejnev não ter sabido utilizar esses factores, bem como as divisas ganhas com a exportação de petróleo soviético nos anos 70 do séc. XX, para dar um grande salto na modernização da economia e indústria soviéticas.

"Os tempos de Brejnev foram a idade do ouro se não de toda a história russa, pelo menos do seu período soviético" - considera Vitali Tretiakov, redactor principal do semanário Moskovskie Novosti.

Tretiakov assinala, no entanto, que "ele não foi capaz de fazer avançar bruscamente o país ou de fazer uma manobra civilizacional e ideológica brusca, nem de voltar para trás".

"Líder sem consciência do passado e muito menos sem visão do futuro, ou seja, não tinha nada de líder" - conclui Tretiakov.

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