Mais 75.102 casos e 1.699 mortes no Brasil num dos piores dias da pandemia

por Lusa

O Brasil teve hoje um dos seus piores dias desde o início da pandemia, ao contabilizar 1.699 mortes e 75.102 infeções pelo novo coronavírus nas últimas 24 horas, informou o Ministério da Saúde.

Este é o segundo dia com mais mortes devido à covid-19 no Brasil, após o recorde de 1.910 óbitos batido na quarta-feira, segundo o último boletim epidemiológico difundido pelas autoridades de saúde do país.

Além disso, é também o segundo dia em que a nação sul-americana diagnosticou mais infeções, apenas atrás de 07 de janeiro deste ano, quando se contabilizaram 87.843 casos positivos.

No total, o Brasil concentra 260.970 vítimas mortais e 10.793.732 infeções desde que a covid-19 chegou ao país, há pouco mais de um ano, e o tornou num dos focos mundiais da doença.

Naquele que é o pior momento da pandemia no país, a taxa de incidência da doença em território brasileiro aumentou hoje para 124 mortes e 5.136 casos por 100 mil habitantes.

Os Estados brasileiros que concentram o maior número de infeções são São Paulo (2.080.852), Minas Gerais (901.535), Bahia (700.768) e Santa Catarina (694.274).

Por outro lado, as unidades federativas com mais mortes pela covid-19 são São Paulo (60.694), Rio de Janeiro (33.466), Minas Gerais (19.032) e Rio Grande do Sul (13.021).

Em relação às recuperações, o Brasil já superou 9,6 milhões, enquanto que 895.742 pacientes infetados permanecem sob acompanhamento médico.

Além de atravessar um forte agravamento da pandemia, o Brasil lida ainda com a nova estirpe detetada no Amazonas (P.1), que já se espalhou pelo território nacional e que, segundo o próprio Ministério da Saúde brasileiro, é pelo menos "três vezes mais contagiosa" do que a original.

Face ao cenário atual, que levou ao colapso de vários hospitais no país e autoridades locais a decretar isolamento obrigatório, governadores de 14 das 27 unidades federativas do Brasil enviaram hoje uma carta ao Presidente, Jair Bolsonaro, pedindo que o Governo Federal adote medidas e procure organismos internacionais para adquirir mais doses de vacinas.

"Neste momento, há novas, reais e importantes justificações para que o Brasil obtenha, com celeridade, novas remessas de imunizantes, a principal delas é a chegada e a rápida disseminação, já no estágio de transmissão comunitária, da nova variante P.1, que se tem revelado ainda mais letal", indicaram os governadores no documento a que a imprensa local teve acesso.

Os governadores, que dizem estar no "limite das suas forças e possibilidades", sugeriram ainda que o executivo de Bolsonaro peça apoio e intermediação da Organização Mundial da Saúde para obter mais doses de imunizantes, uma vez que o "mundo acompanha com preocupação o rápido avanço do contágio por essa variante no Brasil".

Contudo, e apesar do Brasil ter batido nos últimos dias recordes de mortes diárias, Jair Bolsonaro causou hoje polémica ao reclamar das medidas de isolamento decretadas por governadores e prefeitos.

"Vocês [produtores rurais] não ficaram em casa, não se acovardaram. Nós temos de enfrentar os nossos problemas. Chega de frescura, de `mimimi`. Vão ficar chorando até quando? Temos de enfrentar os problemas. Respeitar, obviamente, os mais idosos, aqueles que têm doenças, comorbilidades. Mas onde vai parar o Brasil se só pararmos?", questionou o mandatário, durante a inauguração de uma estrada em São Simão, Goiás.

Bolsonaro criticou ainda a imprensa e alguns cidadãos que pedem que o Governo compre vacinas, advogando que não há imunizantes suficientes no mercado.

"Tem idiota que a gente vê nas redes sociais, na imprensa, [dizendo] `vai comprar vacina`. Só se for na casa da tua mãe. Não tem [vacina] para vender no mundo", disse Bolsonaro, horas antes, em Minas Gerais.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.560.789 mortos no mundo, resultantes de mais de 115,1 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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