Mais de 100 mil tailandeses retirados de zona fronteiriça após confrontos com Camboja
Mais de 100 mil civis foram retirados pela Tailândia da área fronteiriça com o Camboja, palco de combates que causaram pelo menos 14 mortos, anunciou Banguecoque.
O Ministério do Interior tailandês informou que 100.672 civis de quatro províncias fronteiriças foram transferidos para cerca de 300 centros de acolhimento.
O Ministério da Saúde anunciou, por sua vez, que o número de mortos causados pelos ataques da artilharia cambojana subiu para 14 - 13 civis e um militar. Um balanço anterior do exército tailandês dava conta de nove vítimas mortais.
"Há atualmente confrontos em várias zonas fronteiriças. Pede-se às pessoas que evitem as zonas fronteiriças", declarou às 2h10 em Lisboa, a Segunda Região do exército tailandês - uma divisão destacada no nordeste do país.
Na cidade cambojana de Samraong, a 20 quilómetros da fronteira, jornalistas da agência France-Presse (AFP) ouviram esta manhã tiros de artilharia distantes e viram algumas famílias a fugir.
Os jornalistas da AFP também observaram soldados a correrem em direção a lança-foguetes e a partirem em direção à fronteira.
Os confrontos, de uma intensidade rara, eclodiram na quinta-feira, na fronteira entre os dois países, com troca de tiros, granadas e foguetes.
Uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU está marcada para hoje às 20h00 em Lisboa.
O Camboja e a Tailândia estão em conflito há muito tempo sobre o traçado da fronteira de mais de 800 quilómetros, definida em grande parte por acordos celebrados durante a ocupação francesa da chamada Indochina, entre final do século XIX e meados do século XX.
Em 2011, confrontos em torno do templo Preah Vihear, classificado como património mundial pela Organização da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) e reivindicado por ambos os países, causaram pelo menos 28 mortos e dezenas de milhares de deslocados.