Mais de 100 mortos em ataque `jihadista` no norte do Burkina Faso
Um ataque de um grupo `jihadista` no norte do Burkina Faso fez mais de 100 mortos, na sua maioria soldados, no domingo, segundo testemunhos recolhidos pela agência AP.
O ataque a vários locais, incluindo uma base militar e a cidade estratégica de Djibo, há muito sitiada, ocorreu domingo ao início do dia, disse à AP um trabalhador humanitário no Burkina Faso, sob condição de anonimato, por receio de represálias.
A responsabilidade pelo ataque de domingo foi reivindicada por um grupo `jihadista` alinhado com a Al-Qaeda, conhecido como Jama`at Nasr al-Islam wal-Muslimin (JNIM), que está ativo na região do Sahel.
Desde 2015, o Burkina Faso tem enfrentado numerosos ataques de grupos extremistas ligados à Al-Qaeda e ao Estado Islâmico na maior parte do seu território.
O Burkina Faso vive uma espiral de violência que causou mais de 26.000 civis e militares mortos desde 2015, mais de metade dos quais nos últimos três anos, segundo a ONG Acled, que regista as vítimas dos conflitos.
A junta militar do capitão Ibrahim Traoré, no poder desde um golpe de Estado em setembro de 2022, já quase não relata os ataques e afirma regularmente que está a recapturar partes do território.
Fontes locais e de segurança citadas hoje pela agência de notícias France-Presse (AFP) relataram que centenas de militantes atacaram simultaneamente o destacamento militar, as esquadras da polícia e da `gendarmaria` (força militar) e invadiram bairros da cidade de Djibo no domingo.
"Vieram às centenas em motas e veículos, praticamente cercando a cidade", disse uma primeira fonte de segurança à AFP.
"Alguns grupos fizeram incursões em certas partes da cidade, causando vítimas entre a população civil", acrescentou uma segunda fonte de segurança, explicando que "alguns elementos [do exército] caíram [mortos] e outros ficaram feridos, depois de infligirem perdas ao inimigo".
No setor 4, um bairro da cidade, "as pessoas foram executadas em frente às suas casas. A maior parte deles eram homens. As mulheres e as crianças foram poupadas", disse à AFP um habitante de Djibo sob condição de anonimato.