Mais de 20 mil crianças afectadas por Chernobil tratadas em Cuba
Mais de vinte mil crianças, vítimas do acidente nuclear de Chernobil, foram tratadas em Cuba desde 1990, segundo cálculos oficiais divulgados hoje, quando passam vinte anos sobre a tragédia.
O desastre de Chernobil, a 26 de Abril de 1986, foi o maior da história da energia atómica e fez centenas de milhares de mortos, ameaçando ainda a vida de milhões de pessoas, contaminadas pela radiação.
Em 1990, Cuba pôs em marcha um projecto de assistência médica que beneficiou, até agora, vinte mil crianças afectadas pelo desastre, originárias da Ucrânia, Rússia e Bielorrússia, as zonas mais afectadas.
Muitas destas crianças foram tratadas no Hospital Pediátrico de Tarará, uma zona costeira residencial situada a cerca de vinte quilómetros de Havana.
A permanência média, segundo os jornais locais, é de três meses. A atenção médica vai da ajuda psicológica até tratamentos da leucemia, cancro da tiróide, transplantes de medula e outras doenças causadas pelas radiações nucleares.
A explosão na Central de Chernobil, que segundo os especialistas foi entre cem e quinhentas vezes superior à ocasionada pela bomba atómica de Hiroxima, no Japão, contaminou com Césio-137 uma extensão de 45.200 quilómetros quadrados, onde vivem entre cinco e oito milhões de pessoas.
Segundo cálculos oficiais, na Ucrânia, a radioactividade afectou, de uma ou de outra maneira, 2,6 milhões de habitantes, incluindo 600.000 mil crianças.
Cerca de dois milhões de pessoas, entre elas meio milhão de crianças, sofrem as sequelas da radiação na Rússia, enquanto na Bielorrússia mais de 1,7 milhões de pessoas (360 mil crianças), cerca de vinte por cento da população, ainda sofrem as consequências da radiação.