Mais de 42 mil refugiados da África Central e Ocidental regressaram a casa

Mais de 42 mil refugiados regressaram às suas casas em países afetados por crises e conflitos na África Central e Ocidental este ano, anunciou hoje a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).

Lusa /

O ACNUR espera ultrapassar os 50 mil regressos de refugiados até ao final de 2025.

A maioria destes regressos ocorreu na Nigéria e na República Centro-Africana, sendo que neste último esperam-se mais de 10 mil regressos de refugiados antes do final de dezembro, destacou o diretor do ACNUR para a região, Abdurauf Gnon-Konde, em conferência de imprensa.

Ainda que o responsável regional se tenha congratulado com estes números, que colocam o total de regressos desde o início da década em mais de 272 mil, afirmou que são inferiores aos de 2024, quando regressarem às suas casas cerca de 90 mil refugiados e mais de 250 mil deslocados internos.

"O regresso voluntário continua a ser uma das soluções mais concretas para o deslocamento forçado, mas é frequentemente difícil que se reúnam as condições adequadas, uma vez que só devem regressar quando existam garantias de segurança e de acesso à terra, documentação e serviços básicos", afirmou.

Os inquéritos realizados pelo ACNUR indicam que quase 80 mil refugiados da República Centro-Africana (RCA) de momento no Camarões e no Chade querem regressar ao seu país, segundo o diretor daquela agência para a região.

A agência das Nações Unidas estabeleceu como objetivo ajudar até 300 mil regressos voluntários à RCA no quinquénio 2024-2028, ou cerca de 60 mil pessoas por ano.

Os acordos de cooperação com os países da região são essenciais para facilitar estes regressos, acrescentou o representante do ACNUR.

Em fevereiro, foi assinado um acordo com os Governos do Chade e da Nigéria para permitir o regresso de refugiados nigerianos em território chadiano, recordou.

Negociações semelhantes estão em curso com o Níger ainda que todos estes progressos estejam em risco devido aos problemas financeiros enfrentados pelo sistema das Nações Unidas, disse o diretor da ACNUR.

A falta de fundos pode vir a travar programas de repatriação e integração, "deixando milhares de refugiados retidos e dependentes da ajuda humanitária", alertou.

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