Mais de 966 mil guineenses recenseados, número de eleitores aumentou
Mais de 966 mil guineenses são chamados às urnas no próximo dia 23, de acordo com dados oficiais que revelam um aumento do número de eleitores na Guiné-Bissau face ao último ato eleitoral de 2023.
Para estas eleições gerais - presidenciais e legislativas -, estão recenseados 966.152 eleitores, segundo um documento da Comissão Nacional de Eleições (CNE), consultado pela Lusa, que acompanha à distância este ato eleitoral, depois da expulsão da imprensa portuguesa do país, em agosto.
Nas últimas eleições legislativas realizadas na Guiné-Bissau, em junho de 2023, estavam inscritas nos cadernos eleitorais 924.411 pessoas, quase menos 42 mil que os números atualizados do recenseamento eleitoral.
Segundo as projeções do Banco Mundial, até 2024, a Guiné-Bissau contava com 2.201.000 de habitantes, sendo que se encontra em curso o processo que vai levar ao quarto Recenseamento Geral da População e Habitação.
Para as eleições do dia 23, foram recenseados no Setor Autónomo de Bissau 251.742 eleitores, na região de Oio, no norte, 129.082, na região de Bafatá, leste, 122.988, também no leste, na região de Gabu, foram inscritos 122.515 eleitores e na região de Cacheu, noroeste, 106.415 eleitores.
Na região de Biombo, no oeste da Guiné-Bissau, foram registados 70.045 eleitores, em Tombali, no sul, 51.832, igualmente no sul, em Quinará foram registados 39.751 cidadãos com capacidade eleitoral ativa, e na região de Bolama / Bijagós 20.058 eleitores.
No chamado círculo Europa, que engloba alguns países deste continente, entre os quais Portugal, vão poder votar 26.420 eleitores, dos quais 13.764 no território português, enquanto no círculo África estão inscritos 25.304 cidadãos guineenses.
A votação no território guineense, em África (Cabo Verde, Guiné-Conacri, Gâmbia, Mauritânia e Senegal) e na Europa (Portugal, Espanha, Itália França, Inglaterra, Alemanha e Benelux) vai decorrer em 3.728 assembleias de voto, que representam 2.118 distritos eleitorais.
De acordo com a legislação eleitoral da Guiné-Bissau, as assembleias de voto abrem às 07:00 e encerram às 17:00, começando de imediato, no local, o processo de apuramento dos resultados da votação.
Os eleitores vão escolher entre 12 candidatos à presidência da República e 14 candidaturas às legislativas.
A maioria da população da Guiné-Bissau é jovem, mais de 65% com menos de 35 anos, num país onde a esperança média de vida está pouco acima dos 50 anos.
Com mais de 20 etnias diferentes, em termos religiosos predominam os animistas seguidos da religião islâmica e uma pequena percentagem católica.
Na Guiné-Bissau há três províncias, Norte, Sul e Leste, divididas em oito regiões e o setor autónomo de Bissau, com a capital, com o arquipélago das Bijagós e as suas 88 ilhas e ilhéus, menos de 20 das quais habitadas.
Num país onde não existem autarquias ou municípios, a divisão administrativas é gerida por governadores da região ou administradores de setor nomeados pelo Governo central.
O país carece de infraestruturas, como estradas para ligações, em que predomina a terra batida, assim como saúde e educação, com uma única universidade pública, a Amilcar Cabral.
Os recursos naturais, como minérios e pescas ou as florestas, são a principal riqueza da Guiné-Bissau, um país que vive essencialmente do comércio, com a maior parte da população desempregada e a viver abaixo do nível da pobreza, segundo o retrato feito por organizações que trabalham ou estudam o terreno.