Manifestação anti-racista contra partido de extrema-direita na Bélgica

Um milhar de pessoas manifestou-se hoje em Bruxelas frente à sede de um partido flamengo de extrema- direita, três dias depois de um homicídio racista perpetrado por um rapaz de 18 anos, noticiou a agência belga.

Agência LUSA /

Os manifestantes denunciaram o perigo das teses desenvolvidas pelo partido Vlaams Belang, implantado principalmente em Antuérpia, exibindo um cartaz onde se lia "O Vlaams Belang mata".

Vários partidos e órgãos de comunicação social, tanto francófonos como flamengos, contestam a retórica xenófoba e racista do Vlaams Belang (ex-Vlaams Blok), enquanto na última semana se registaram vários crimes e agressões racistas na Flandres.

Quinta-feira, um adolescente de 18 anos abateu friamente a tiro uma jovem africana e uma garota de 2 anos que a acompanhava, depois de ter ferido gravemente uma turca.

O jovem vivia num ambiente de extrema-direita - o avô combateu ao lado dos nazis na Frente Leste e uma tia é deputada do Vlaams Belang - e, depois de detido, admitiu que a motivação do crime foi o racismo.

Quarta-feira foi retirado do Rio Escaut, que banha Antuérpia, o corpo de um jovem marroquino que desaparecera depois de uma discussão, em frente de uma discoteca, discórdia que a família descreve como racista.

No fim-de-semana anterior, em Bruges, cinco `skinheads` espancaram um francês de origem africana que ficou em coma.

Antuérpia é o bastião do Vlaams Belang, que há anos consegue aí percentagens eleitorais da ordem dos trinta por cento.

Hoje, num debate no canal público de televisão VRT, vários políticos flamengos responsabilizaram, o Vlaams Belang pelas agressões racistas.

Os membros do partido liberal flamengo VLD, do democrata- cristão CD&V e da Spirit (uma coligação com os socialistas) defenderam que, embora o Vlaams Belang não seja directamente responsável pelos factos, é "um dos elementos do `coktail`" que levou à tragédia em Antuérpia, geralmente uma cidade tranquila.

O deputado da Spirit, Fouad Ahidar, recordou mesmo que vários partidos flamengos continuam a não apoiar uma proposta que pede ao Conselho de Estado que retire o estatuto público ao Vlaams Belang e o proiba.

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