Máquina militar dos Estados Unidos ataca posições associadas ao Estado Islâmico na Nigéria

O anúncio dos bombardeamentos contra alvos em solo nigeriano, com a luz verde das autoridades do país africano, partiu do presidente norte-americano, Donald Trump.

Carlos Santos Neves - RTP /

Os Estados Unidos levaram a cabo "muitos ataques perfeitos" contra alvos conotados com o grupo terrorista Estado Islâmico no noroeste da Nigéria. O anúncio partiu, na última noite, do presidente norte-americano. Donald Trump afirmou tratar-se de uma resposta a ataques a "cristãos inocentes".

"Esta noite, sob as minhas ordens como comandante supremo, os Estados Unidos lançaram um poderoso e mortífero ataque contra a escumalha terrorista do ISIS no noroeste da Nigéria, que tem atacado e matado violentamente sobretudo cristãos inocentes, a níveis não vistos em muitos anos, até mesmo séculos", escreveu Trump na sua plataforma Truth Social.

"Já antes tinha avisado estes terroristas de que, se não acabassem com o massacre de cristãos, pagariam caro e esta noite pagaram", prosseguiu, para acrescentar que "o Departamento de Guerra realizou muitos ataques perfeitos, como só os Estados Unidos são capazes de fazer".

A mensagem foi posteriormente reproduzida pelo Departamento de Guerra na rede social X.

Ainda segundo o presidente dos Estados Unidos, caso os extremistas islâmicos continuem a atacar cristãos nigerianos, haverá novas ações militares de retaliação.

"O nosso país não permitirá que o terrorismo radical islâmico prospere",
remata Trump.

Os detalhes desta operação norte-americana são, por agora, desconhecidos e a mensagem de Trump é omissa quanto ao alcance dos objetivos.

Donald Trump havia sinalizado em novembro que o Pentágono tinha instruções para planear uma ação militar na Nigéria.

Nas últimas semanas, o Departamento de Estado norte-americano anunciou restrições aos vistos para cidadãos nigerianos alegadamente envolvidos em assassínios e atos violência contra cristãos naquele país da África Ocidental, que Washington classifica como "de particular preocupação".

Por sua vez, o secretário norte-americano da Defesa, Pete Hegseth, agradeceu no X "o apoio e a cooperação do Governo nigeriano".


O Ministério nigeriano dos Negócios Estrageiros confirmou, em comunicado divulgado já esta sexta-feira, o ataque norte-americano, garantindo que as autoridades do país "continuam empenhadas numa cooperação de segurança estruturada com os parceiros internacionais, incluindo os Estados Unidos, para lugar contra a ameaça persistente do terrorismo e do extremismo violento"."Indústria" de raptos


A Nigéria debate-se com um prolongado conflito jihadista no nordeste, a somar às ações de grupos armados de "bandidos" que se dedicam à pilhagem de localidades e ao rapto de pessoas, extorquindo dinheiro em troca da libertação.

As Nações Unidas alertaram já para o "recrudescimento dos raptos em massa", que envolvem regularmente centenas de estudantes.

Segundo o gabinete de aconselhamento nigeriano SBM Intelligence, este fenómeno "consolidou-se com uma indústria estrutura com objetivos lucrativos" - entre julho de 2024 e junho de 2025, terá rendido cerca 1,66 milhões de dólares.

c/ agências

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