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Mar de Bering. Explosão de meteoro superou bomba atómica

por RTP
O Congresso dos Estados Unidos incumbiu, em 2005, a NASA de identificar 90 por cento dos asteroides de tamanho igual ou superior a 140 metros que se aproximassem da Terra Mike Fincke - NASA/ Reuters

A queda do meteoro ocorreu a 18 de dezembro do ano passado, mas a magnitude da explosão só foi agora divulgada pela NASA. Libertou dez vezes mais energia do que a bomba atómica de Hiroshima, no Japão, na II Guerra Mundial.

A explosão foi detetada por satélites militares dos Estados Unidos, designadamente pela Força Aérea norte-americana, que, de seguida, reportou o acontecimento à NASA. No entanto, a agência espacial só esta semana divulgou a explosão, que ocorreu num local remoto e não provocou feridos.

O meteoro transformou-se numa bola de fogo e atravessou o céu da península russa de Kamchatka a 32 quilómetros por segundo. A explosão ocorreu sobre o Mar de Bering, a 25,6 quilómetros de distância da superfície terrestre, e teve um impacto energético de 173 quilotoneladas.

Foi a maior deslocação de ar desde a explosão do meteoro de Chelyabinsk, na Rússia, há seis anos, que causou 1.200 feridos, e a segunda maior deste tipo nos últimos 30 anos.Os especialistas têm perguntado às companhias aéreas que sobrevoam estas zonas se avistaram o meteoro.


“Houve uma libertação energética de apenas 40 por cento da energia libertada na explosão em Chelyabinsk, e, por ter sido sobre o Mar de Bering, não teve o mesmo tipo de impacto nem apareceu nas notícias”, explicou a especialista da NASA Kelly Fast. “Temos isso a nosso favor: existe imensa água no nosso planeta”, acrescentou.

Por sua vez, Lindley Johnson, responsável de defesa planetária da NASA ouvida pela BBC, afirmou que a bola de fogo passou perto das rotas dos aviões comerciais que voam entre a América do Norte e a Ásia.

Lindley Johnson disse ainda que uma bola de fogo deste tamanho só ocorre duas a três vezes por século. Por sua vez, as estimativas mostram que todos os dias caem cerca de 48 toneladas de matéria meteórica na Terra, mas antes de entrarem na atmosfera desfazem-se em poeira.
Rastreio de meteoros

O Congresso dos Estados Unidos incumbiu, em 2005, a NASA de identificar 90 por cento dos asteroides de tamanho igual ou superior a 140 metros que se aproximassem da Terra, até 2020. Contudo, a NASA estima que são necessários mais 30 anos para cumprir esta diretriz.

Com base na determinação precisa da órbita dos meteoros, a NASA conseguiria prever as zonas da Terra que seriam atingidas.

Em junho de 2018, um asteroide de três metros foi avistado por um observatório terrestre no Arizona, oito horas antes do impacto. A NASA realizou então a determinação precisa da sua órbita e previu que o meteoro iria atingir o sul de África. Mais tarde, uma bola de fogo foi avistada no Botswana e foram encontrados vestígios na região.

Contudo, apesar dos esforços para monitorizar rochas espaciais que constituam potenciais ameaças para a Terra, há meteoros que podem chegar sem aviso prévio.
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