Marcelo agradece "exemplo de coragem e cidadania" de português em Annecy

por Lusa
Denis Balibouse - Reuters

O Presidente da República agradeceu hoje o "exemplo de coragem e cidadania" do cidadão português que ajudou a impedir um atacante de fugir à polícia no parque infantil em Annecy, nos Alpes franceses, na quinta-feira.

"Neste dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa agradece o exemplo de coragem e cidadania do nosso compatriota Manuel da Ponte, que arriscou a vida para tentar evitar o bárbaro ataque a crianças na cidade de Annecy, em França", lê-se numa nota publicada no sítio oficial da Presidência da República na internet.

Marcelo Rebelo de Sousa acrescenta que está a acompanhar a situação clínica do português, "a quem deseja rápida recuperação".

Na quinta-feira, um agressor com uma faca feriu seis pessoas -- incluindo quatro crianças pequenas -- num parque na cidade de Annecy, nos Alpes Franceses, tendo sido detido após o ataque, informou o Ministério da Administração Interna francês.

Numa nota divulgada na sexta-feira, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Portugal referiu que o cidadão português ficou gravemente ferido, mas já está fora de perigo de vida.

"No decurso do trágico acontecimento, um cidadão português, ao tentar impedir o atacante de fugir da polícia, ficou gravemente ferido, estando neste momento já fora de perigo", referia a nota, na qual se acrescentava que é devida, "pelo ato de coragem e bravura, uma palavra de profundo agradecimento".

As motivações do agressor, um refugiado sírio de 31 anos, ainda não foram esclarecidas e o ataque não tem um "motivo terrorista aparente", de acordo com a procuradoria francesa.

O agressor, Abdelmasih H., está sob custódia das autoridades policiais.

Em alguns dos vídeos que circulam na internet, ouve-se o agressor a gritar "em nome de Jesus Cristo" enquanto realizava o ataque.

O atacante usava um crucifixo e entre os seus pertences estava um livro de orações. Declarou-se cristão quando pediu asilo.

Há dez anos obteve o estatuto de refugiado na Suécia, onde se casou e tem um filho com uma mulher de quem se separou no ano passado.

Desde o final de 2022 está em França onde pediu asilo, mas não tem morada fixa.

A resposta ao pedido de asilo, que foi negativa, chegou-lhe no passado domingo, ou seja, poucos dias antes do ataque no parque em Annecy, como sublinharam as autoridades francesas.

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