Marcelo Rebelo de Sousa em Moçambique. "Estes são tempos internacionais difíceis"

A cumprir uma visita de quatro dias a Moçambique, o presidente da República chamou esta quinta-feira a atenção para “tempos internacionais difíceis”, referindo-se à guerra na Ucrânia, na sequência da pandemia. Ao lado do homólogo moçambicano, Filipe Nyusi, Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que estas são também “as circunstâncias” que “permitem demonstrar a solidariedade” entre países como Portugal e Moçambique. Ambos desvalorizaram o facto de a diplomacia de Maputo se ter abstido quanto à condenação da invasão russa, na Assembleia Geral da ONU.

RTP /
José Coelho - Lusa

Já na fase de perguntas e respostas da conferência de uma conferência de imprensa conjunta, os presidentes dos dois países foram questionados sobre eventuais efeitos contrários à vontade de tornar Moçambique um membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU. Isto depois da abstenção moçambicana. “O Conselho de Segurança das Nações Unidas não quer dizer não ter posição, ou não ter opinião própria”, sublinhou o presidente moçambicano.


Por sua vez, Marcelo Rebelo de Sousa disse que “é bom que fique claro que Portugal apoia a candidatura de Moçambique ao Conselho de Segurança e que Moçambique apoia a candidatura de Portugal”.

“Qualquer um de nós se choca com as imagens de terror que a guerra na Ucrânia traz”, fez notar o presidente português.

“Queria sublinhar que Moçambique não integrou o número limitadíssimo de países que se opuseram àquilo que foi a posição generalizada da comunidade internacional. Absteve-se”, frisou.
“Relações atravessam momento excelente”
Na sua declaração inicial, Filipe Nyusi estimou que “as relações entre Moçambique e Portugal estão a atravessar um momento excelente, não só a nível político, mas também das comunidades”.
“Trocámos informações sobre a situação política, económica e social dos nossos países e não só. Viajámos também mais para o mundo”, prosseguiu.

“Constatámos um denominador comum, a nossa vontade coletiva de aprofundar as relações, e saudámos o empenho dos governos para a revisão e atualização do plano estratégico de cooperação, do programa-quadro de cooperação no domínio da defesa”.

“Agradeci ao presidente Marcelo e ao povo português pela solidariedade e irmandade no que tange ao combate ao terrorismo, os apoios humanitários que temos tido, a intervenção de Portugal no momento da covid-19”, completou o presidente de Moçambique.

No campo da cooperação militar bilateral, a agenda de Marcelo Rebelo de Sousa para a visita a Moçambique inclui uma deslocação à Escola de Fuzileiros Navais do país.

Em matéria de cooperação militar europeia, o presidente da República avista-se com o contingente português nos dois centros de treino da Missão de Formação Militar da UE no distrito da Katembe, na porção meridional da baía de Maputo, e no Chimoio, província de Manica.

c/ Lusa
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