Marcha com judeus e palestinianos em Lisboa exige "fim do genocídio" na Faixa de Gaza

Mais de três mil pessoas, de acordo com a organização, manifestaram-se este sábado, no centro de Lisboa, pelo "fim do genocídio" na Faixa de Gaza e por boicotes a Israel. O protesto contou com a presença de figuras de PCP, Bloco de Esquerda e PAN.

Carlos Santos Neves - RTP /
A marcha juntou manifestantes de diferentes nacionalidades, incluindo palestinianos e judeus José Sena Goulão - Lusa

Os manifestantes, que empunharam cartazes e bandeiras palestinianas, percorreram, durante a tarde, um trajeto entre a Avenida Almirante Reis e o Martim Moniz, numa ação de protesto promovida por mais de três dezenas de movimentos."O que queremos do Parlamento? Boicotes, sanções e desinvestimento" ou "Gaza, escuta, gritamos a tua luta" foram palavras de ordem ouvidas durante a marcha, que juntou manifestantes de diferentes nacionalidades, incluindo palestinianos e judeus.


Presente na manifestação, Bruno Dias, do PCP, defendeu que o reconhecimento do Estado palestinano deve ser tema da campanha para as eleições legislativas de 10 de março.

"Há uma questão tranversal - eu diria - aos seres humanos, que é a exigência de paz e o fim da ocupação neste contexto, aliás, e que deve exigir do Estado português, deve exigir do Governo de Portugal uma atitude consequente, uma atitude corajosa, firme, de exigência do cessar-fogo", advogou.

"Portugal pode e deve ser mais assertivo em relação à questão da Palestina, na exigência de paz e de um cessar-fogo e no reconhecimento do Estado palestiniano", reforçou Bruno Dias.

Por sua vez, a coordenadora do Bloco de Esquerda, Mariana Mortágua, propugnou que "é preciso um boicote a Israel".

"Foram mortas mais crianças em Gaza, nestes meses, do que em todos os conflitos mundiais nos últimos cinco anos", assinalou, para questionar: "Como é possível tolerar um massacre desta natureza, como é que podemos continuar a ver crianças a serem assassinadas todos os dias e não fazer nada?".
"Aquilo que se pede é que a política, relativamente ao Governo de Israel, seja a mesma política que o mundo teve contra o apartheid da África do Sul, que é um boicote", acentuou.

Ouvida pela agência Lusa, Maria Grazia Rossi, da organização da marcha, quis enfatizar que "o povo português não quer ser cúmplice do genocídio, da agressão contínua em Gaza e também na Cisjordânia", reivindicando, em seguida, o "corte dos laços diplomáticos com o Estado de Israel".

Segundo a organização, "entre três a quatro milhares" integraram a ação de protesto na capital. Houve também manifestações marcadas para o Porto, Braga e Angra do Heroísmo.

c/ Lusa

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