Marinha brasileira recupera mais 3 corpos no Atlântico

Três corpos de vítimas da queda do avião da Air France que se despenhou no passado domingo em pleno Oceano Atlântico foram avistados no mar e recolhidos esta manhã pela Armada brasileira. As equipas de resgate recuperaram ainda várias partes do avião e pertences pessoais dos passageiros.

RTP /
Buscas prosseguem com meios militares de vários países EPA

"Três corpos foram encontrados hoje de manhã", anunciou o tenente-coronel Henry Munhoz, porta-voz da Força Aérea brasileira (FAB), sustentando que "não existe qualquer dúvida de que os cadáveres resgatados provêm do avião".

A descoberta destes três cadáveres - que se segue ao resgate de dois corpo durante o dia de ontem - eleva a cinco o número de vítimas já descobertas e resgatadas ao oceano.

Os corpos recuperados no sábado pertenciam a duas vítimas do sexo masculino. Quanto aos cadáveres hoje recolhidos, a Marinha brasileira nada adiantou.

Todos os corpos se encontram agora a bordo da fragata brasileira Constituição, estacionada ao largo do arquipélago de Fernando de Noronha, a uns 800 quilómetros do local onde o A330 se despenhou com 228 pessoas a bordo.

A fragata já havia partido rumo a Fernando Noronha com os primeiros corpos a bordo, tendo recebido ordem de regresso ao local das buscas para recolher os restos mortais das outras três vítimas da queda do A330.

Recolhidos objectos pessoais dos passageiros

De acordo com o coronel Henry Munhoz, foram recolhidos do mar "centenas de objectos" pertencentes aos passageiros. O porta-voz da FAB recusou-se contudo a desvendar mais pormenores sobre essa recolha, em respeito pela estabilidade dos familiares dos passageiros do voo da Air France.

"Quando dizemos que encontrámos uma mala ou um computador portátil, isso gera uma forte apreensão no seio das famílias (das vítimas), razão pela qual a nossa opção foi recolher esse material e entregá-lo aos familiares", explicou o coronel da FAB.

Na véspera foram também recuperadas várias peças pertencentes à própria aeronave da Air France. Cadáveres e objectos deverão ser entregues na Ilha Fernando de Noronha na segunda-feira, para posterior trasladação dos corpos para a cidade de Recife.

É nesta cidade costeira que deverá ser feita a identificação das vítimas, processo em que deverá entrar a recolha de ADN dos familiares entretanto realizada.

Recuperação dificultada pelas correntes do Atlântico

De acordo com o capitão Giucemar Tabosa Cardoso, as buscas continuarão a ser desenvolvidas a cerca de 70 quilómetros a Sul do ponto onde o avião enviou a sua última mensagem de emergência.

Encarregues das buscas estão três navios da Marinha brasileira, que mobilizou cinco embarcações para a área. Colaboram ainda nas operações aeronaves do Brasil, França, Espanha e Estados Unidos.

Os destroços do A330 poderão estar espalhados por uma área de grandes dimensões, deslocando-se ao sabor das correntes.

A estes dados, deve ainda somar-se a atenção a dar à profundidade das águas e ao relevo acidentado do fundo oceânico, o que acaba por dificultar as manobras das equipas de busca.

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