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Mark Rutte a todo o vapor para continuar a liderar os Países Baixos
O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, vai começar em breve as negociações para formar governo depois de os resultados provisórios darem ao partido conservador VVD a quarta vitória consecutiva. Com cerca de 63 por cento dos votos já contados, é certo que o partido de Rutte vai vencer e conquistar pelo menos 36 dos 150 assentos no Parlamento.
Rutte disse já que "parece óbvia", nesta altura, uma coligação com o partido de esquerda pró-europeu D-66, liderado pelo ex-diplomata da ONU Sigrid Kaag. O D-66 deve conseguir lugares suficientes para ficar em segundo nestas eleições. Um resultado que representa um dos maiores crescimentos entre as forças políticas holandesas.
Estas foram umas eleições dominadas pela pandemia. Ao darem a vitória ao primeiro-ministro, o povo holandês parece indicar que está satisfeito com a forma como Mark Rutte tem lidado com a crise provocada pelo vírus.
Analistas políticos indicam também, numa leitura ao resultado do escrutíno, que o crescimento do D-66, acima do previsto nas projeções realizadas, representa um apoio dos holandeses ao centro político.
Na extrema direita, o Partido da Liberdade de Geert Wilders perdeu lugares, assim como o Partido Verde ambientalista, na esquerda.
Mark Rutte é primeiro-ministro holandês desde 2010. Lidera atualmente um Governo interino com os democratas-cristãos e o D-66. E será com estes dois partidos que muito provavelmente Rutte continuará como chefe do Executivo. "Os desafios que temos pela frente são enormes", disse Rutte numa primeira declaração. "Nas próximas semanas e meses, precisamos tirar o país da crise do coronavírus", acrescentou.
Rutte afirmou ainda que é crucial construir uma nova coligação o mais rápido possível para que o Governo se concentre rapidamente no combate à pandemia e noutros desafios que o país enfrenta. Os Países Baixos realizaram eleições em plena crise pandémica. Para reduzir o risco de infeção, o voto durou três dias. A Covid-19 já matou mais de 16 mil pessoas em território holandês, onde vivem 17 milhões de cidadãos.
A participação nestas eleições foi de 83 por cento, praticamente o mesmo valor de há quatro anos.