Massacre de Srebrenica dá prisão perpétua

por RTP
Dado Ruvic, Reuters

Dois oficiais sérvios foram condenados a prisão perpétua e três outros a pesadas penas pela sua participação no massacre de muçulmanos bósnios em 1995. O Tribunal da Haia prossegue o julgamento dos máximos responsáveis sérvios.

Segundo notícia inserta no Süddeutsche Zeitung, foram condenados a prisão perpétua Vujadin Popović, de 57 anos, e Ljubisa Beara, de 75. Ambos terão tido papel de relevo na organização dos fuzilamentos em massa de Srebrenica.

Beara era coronel do Exército sérvio-bósnio e tinha sob as suas ordens o outro condenado a perpétua, Popopvić, e um outro, Nikolić, condenado a 35 anos de prisão. Beara dera, nesse contexto, instruções aos dois subordinados para "matarem no mais curto lapso de tempo tantos muçulmanos quantos for possível".

Dois outros oficiais sérvios-bósnios, directamente subordinados ao general Ratko Mladic, foram condenados respectivamente a 13 e 18 anos de prisão.

Prosseguem entretanto, no mesmo Tribunal Penal Internacional da Haia, os processos contra dois réus, supostos serem o principal responsável político e o principal responsável militar dos crimes de guerra sérvios: o psiquiatra Radovan Karadzic e o já citado general Ratko Mladic.

Karadzic comentou o processo, dizendo que ele consiste em pôr "toda a Sérvia no banco dos réus" e profetizando: "Vou ser absolvido".

O massacre de Srebrenica, perpetrado em Julho de 1995, consistiu no fuzilamento de 8.000 homens e rapazes, de religião ou cultura muçulmana na pequena cidade bósnia. A execução foi levada a cabo pelas tropas sérvias bósnias, depois de a cidade lhes ser entregue sem combate pelos "capacetes azuis" holandeses que a tinham sob sua protecção.
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