Mattel cria Barbie com diabetes tipo 1

Pela primeira vez em 65 anos de história, a Barbie vai representar todas as pessoas com diabetes tipo 1. Trata-se de um tributo às crianças de todo o mundo que sofrem da doença e mostra uma boneca comum monitor de glicose e uma bomba de insulina a acompanhar e pretende validar a maneira como as crianças diabéticas olham para si próprias e como os outros olham para elas.

RTP /
Barbie apresenta nova criação para representar crianças que vivem com diabetes tipo 1 Reuters

A boneca da Mattel fez a estreia no Congresso para crianças diabéticas da Breakthrough T1D, em Washington. O evento junta várias caras que vivem os desafios da diabetes tipo 1 e que lutam pela mudança da legislação e aumento de recursos financeiros para investigação.

Um dos momentos altos deste evento trouxe uma novidade da Mattel. Nas mãos de várias crianças estava uma barbie com diabetes tipo 1, no que foi a conclusão de uma parceria entre a marca de brinquedos e a Breakthrough T1D, a principal organização que investiga diabetes tipo 1. 

O projeto durou um ano e a nova barbie faz parte da linha “Fashionistas”, que conta com bonecas com Trissomia 21, surdez, vitiligo, em cadeira de rodas e próteses.

Uma das principais idealizadoras do projeto foi a diretora do Breakthrough T1D, Emily Mazreku, também ela diabética tipo 1 e que convive com a doença desde a infância.

“Ficámos entusiasmados quando a Mattel nos abordou sobre a criação de uma barbie com diabetes tipo 1. Esta é uma colaboração que começou há mais de um ano, com a visão de uma boneca barbie que realmente representa a comunidade com diabetes tipo 1 e consciencializa a sociedade para a doença de forma significativa”, revelou Mazreku.

A abordagem depressa tornou-se numa criação coletiva, com vários empregados da Breaktrough T1D a envolverem-se no projeto.

“Todo o processo foi uma verdadeira parceria. A nossa comunidade viveu experiências e informou o processo de design, levando a uma boneca que realmente representa o que é viver com esta condição todos os dias”, continuou Mazreku.

De acordo com a Forbes, a boneca apresenta-se cuidada e com atenção aos detalhes. Para além de um monitor de glicose ou de uma bomba de insulina, junta-se um sensor em forma de coração num dos braços da boneca. O telemóvel que está na mala mostra um ecrã ligado a uma aplicação que faz leituras dos níveis de açúcar em tempo real.


O vestido tem atenção aos detalhes. É azul e com pintas também em azul mais escuro, símbolos globais que representam a consciencialização da diabetes. Até a leitura de açúcar no sangue que se pode no ecrã do telemóvel da nova barbie está ligada a todo o processo de criação.

“Quando se vive com diabetes tipo 1, há altos e baixos – emocionalmente e fisicamente. Por isso, quisemos ser atenciosos em relação aos níveis de açúcar que estão no ecrã do telemóvel da barbie. Estes têm um significado particular para mim porque as leituras são minhas, tiradas durante um dia do processo de design”, explicou a diretora da Breakthrough T1D.

Mazreku mostra-se orgulhosa da criação da nova barbie, que vem representar crianças que antes não tinham representação.

“Significa muito que a minha experiência vivida ajudou a criar esta boneca. Estou honrada por fazer parte da história da Barbie e de ter tido um papel em trazer esta boneca à vida para a comunidade com diabetes tipo 1”.

E lembra que este tipo de criações ajuda a normalizar o dia-a-dia de milhões de pessoas em todo o mundo. “É uma maneira de mostrar de mostrar às crianças que não estão sozinhas e que a sua doença não as define”, continuou Mazreku que lembrou a maneira como a filha de três anos recebeu a boneca.

“Como mãe e uma adulta a viver com diabetes tipo 1, foi inesquecível dar à minha filha uma boneca que “se parece com a mãe”, concluiu a diretora da Breakthrough T1D.
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