Mediadores da CEDEAO não chegaram a acordo sobre a transição no Mali
Bamako, 13 mai (Lusa) - Os dois mediadores da África Ocidental que estavam em Bamako desde terça-feira para tentar encontrar uma solução para crise no Mali, deixaram a capital sem acordo com a antiga junta sobre o próximo presidente para a transição, segundo a AFP.
"Ainda não conseguimos chegar a acordo. Entendemos que, segundo a Constituição do Mali, a partir do momento ou depois de 40 dias de interino, não podemos ter eleições, é (o atual presidente interino) Dioncounda Traoré que deverá prosseguir a tarefa", declarou antes da partida o ministro ivoriano da Integração africana Adama Bictogo, enviado da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
A antiga junta "não está de acordo. Eu quero deixar claro que a CEDEAO não tem um candidato. Nós seguimos a Constituição do Mali", acrescentou Adama Bictogo, em Bamako com o ministro dos Negócios Estrangeiros do Burkina Faso, Djibril Bassolé.
Os ministros da Defesa da CEDEAO reúnem-se na segunda-feira em Abuja (Nigéria) para analisar as modalidades de envio de um contingente militar para para o Mali e para a Guiné-Bissau.
A CEDEAO pensa enviar cerca de 3.000 soldados para o Mali para pôr cobro ao recrudescer da crise político-militar no norte do país, na sequência do golpe de Estado de 22 de março último, que depôs o regime do presidente Amadou Toumani Touré.
Além da crise político-militar, o Mali, em que CEDEAO e golpistas acordaram a 06 de abril num novo presidente para a transição, enfrenta agora um movimento separatista no norte do país, para onde a organização oeste-africana vai enviar uma força militar regional.
O norte do Mali está sob controlo de rebeldes tuaregues e de grupos islâmicos armados, nomeadamente a Al-Qaida no Magrebe Islâmico (AQMI).
A CEDEAO inclui 15 países da África Ocidental - Benim, Burkina Faso, Cabo Verde, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Guiné-Bissau, Libéria, Mali, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa e Togo.