Médico condenado. Vinte anos de prisão para o "maior pedófilo de França"

O tribunal francês condenou esta quarta-feira o médico Joel Le Scouarnec, atualmente reformado, por ter violado e abusado sexualmente de centenas de menores. Algumas vítimas estavam sob efeito de anestesia. Dois terços da pena de prisão são obrigatórios para evitar reincidência.

Cristina Santos - RTP /
Protesto à porta do tribunal em Vannes na Bretanha. Stephane Mahe - Reuters

A acusação descreveu o ex-cirurgião como "um demónio de bata branca" e pediu a pena máxima de 20 anos de prisão que o tribunal aceitou num dos maiores casos de abuso sexual de menores da história da França. Durante o julgamento que tem abalado França, o cirurgião Joel Le Scouarnec admitiu ter cometido "atos desprezíveis". 

Foto: AFP

Ele confessou ter cometido 111 violações e 188 agressões sexuais entre 1989 e 2014, em mais de uma dúzia de hospitais, contra 299 vítimas

À data dos factos, as vítimas eram menores, muitas não se recordavam das violações ou abusos porque estavam sedadas por causa de cirurgias ao apêndice, por exemplo.

Entre estas quase 300 vítimas, muitas foram identificadas em centenas de cadernos em que o ex-cirurgião, agora de 74 anos, escreveu o que tinha feito às crianças, rapazes e raparigas. 

No entanto, outras vítimas recordam-se do que o médico lhes fez. Duas delas acabaram por se suicidar.

Durante as buscas domiciliárias, a polícia encontrou 300 mil fotografias e vídeos de pornografia infantil e 70 bonecas de tamanho infantil, para além dos cadernos.

No julgamento vários familiares do pedófilo descreveram também as agressões sexuais de que foram vítimas, por exemplo, à neta, a uma sobrinha.

Este é o segundo processo contra o “maior pedófilo de França”

Em 2017 foi condenado a 15 anos de prisão por abuso de uma menina de seis anos. Foi, de resto, a queixa dessa criança que conduziu à descoberta dos outros crimes.

Ainda este ano deverá começar um outro julgamento por causa de mais vítimas entretanto descobertas.

Há cerca de 20 anos, o FBI emitiu um alerta contra Joel Le Scouarnec, dando conta de que tinha acedido por diversas vezes a vários sites de pornografia infantil. 

Em 2005 foi condenado por possuir imagens de pedofilia, mas durante toda a carreira nunca foi investigado.

foi detido em 2017 depois de se ter reformado.

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