Merz afirma que vitória da Rússia na guerra seria "apenas o começo"
O chanceler alemão, Friedrich Merz, afirmou hoje que a conquista da Ucrânia seria "apenas o começo" para a Rússia, cujos ataques híbridos contra a Alemanha são "cada vez mais intensos e agressivos".
"Tudo indica que o plano imperialista de Putin não terminará com a conquista da Ucrânia, mas que será apenas o início", afirmou, numa conferência anual com embaixadores alemães.
Este aviso surge num momento em que o chefe do Governo alemão fez do rearmamento da Europa uma prioridade, para que o continente possa enfrentar a ameaça do país liderado pelo Presidente Vladimir Putin.
A Alemanha assiste "diariamente a ataques híbridos da Rússia cada vez mais intensos e agressivos", visando especificamente as infraestruturas, acusou Merz.
O chanceler afirmou também que a Alemanha está atenta "às provocações" de Moscovo "no mar do Norte e no Báltico".
"Já começou um novo conflito sistémico entre as democracias liberais e um eixo de autocracias", disse.
"O que chamávamos de ordem mundial liberal está agora sob pressão de vários lados", acrescentou Merz apontando também o dedo à China que acusou de estar juntamente com a Rússia a "tentar garantir esferas de influência na Europa".
As críticas de Merz surgiram depois de a Rússia ter lançado o maior bombardeamento contra a Ucrânia, no passado fim de semana, desde o início da guerra.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, admitiu impor novas sanções a Moscovo e deve falar com Putin por telefone nos "próximos dias".
Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, afirmou que a Rússia pretende cooperar com todos os países, incluindo os Estados Unidos.
"Queremos uma cooperação igualitária com todos os países, incluindo os Estados Unidos, que têm um interesse similar", declarou Lavrov, citado pela agência de notícias oficial russa TASS, num encontro com estudantes do Instituto Estatal de Relações Internacionais de Moscovo.
O ministro russo sublinhou que o diálogo com Washington deve ser "honesto e aberto" para "identificar pontos em comum que devem ser traduzidos em ações práticas" e evitar que os desentendimentos se transformem em conflitos.