Metade da população alemã adoece de cancro ao longo da vida

Um relatório hoje publicado por dois institutos médicos conclui que uma em cada duas pessoas na Alemanha vê, ao longo da vida, ser-lhe diagnosticado um tumor maligno. Dos factores conhecidos e não genéticos, o tabaco é o maior agente cancerígeno.

RTP /
A chanceler Angela Merkel, em visita ao Robert Koch-Institut Tobias Schwarz , Reuters

O relatório, assinado conjuntamente pelo prestigiado Robert Koch-Institut (RKI) e pela sociedade para o registo do cancro na Alemanha, afirma que mais de metade dos alemães do sexo masculino (51 por cento) vê ser-lhe diagnosticado um cancro, em algum momento da vida. Entre as mulheres alemãs, a percentagem é um pouco mais baixa, mas atinge ainda assim os 43 por cento.

O estudo refere que muitos factores cancerígenos continuam a ser desconhecidos e que vários outros são de ordem genética, não podendo portanto ser contrariados após a gestação de cada indivíduo. Quanto aos factores conhecidos e influenciáveis, o que se refere em primeiro lugar, como principal agente cancerígeno, é o hábito de fumar.

Diz o relatório que, "segundo estimativas do Centro para Registo de Dados do Cancro, em 2008, cerca de 15 por cento de todas as doenças cancerosas na Alemanha são atribuíveis ao fumo". Outros factores de risco podem ser o tipo de alimentação, um estilo de vida demasiado sedentário ou o excesso de peso.

Pelo contrário, o mesmo estudo considera que é frequentemente exagerado o papel cancerígeno da poluição atmosférica ou da manipulação química de alimentos, bem como das doenças profissionais que possam dar origem a neoplasias. Mas há excepções: materiais de construção contendo substâncias radioativas como rádon, ou o amianto, estiveram na origem de 10 por cento dos cancros de pulmão.

Esta estatística, adverte por outro lado o relatório, diz pouco sobre o carácter mais ou menos letal dos tumores. O tratamento dos cancros da mama, da próstata ou do intestino tem registado grandes progressos e a taxa de mortalidade dos pacientes caíu de forma espectacular; cinco anos depois do diagnóstico, 90 por cento dos pacientes de cancro do testículo ou da próstata continuavam vivos.

Outros tipos de cancro continuam a ser muito mortíferos: ao fim de cinco anos, não sobreviveu nem a quinta parte dos pacientes com cancro do pulmão, do fígado ou do pâncreas. Na média das variantes mais e menos letais, apurou-se que em 2011 e 2012 62 dos homens e 67 das mulheres continuavam vivos cinco anos após um diagnóstico de cancro. Isto corresponde a uma taxa de sobrevivência claramente superior à que se registava 30 anos atrás.

O cancro é hoje a causa de cerca de 20 por cento dos óbitos de mulheres e de 30 por cento dos homens. Essa proporção tem-se mantido mais ou menos estável desde a década de 1990. Também o número de diagnósticos de cancro se tem mantido mais ou menos estável

O relatório baseou-se no estudo dos 252.060 de cancro em pacientes do sexo masculino e dos 225.890 em pacientes do sexo feminino registados na Alemanha em 2012, bem como sobre os casos registados em 2011. Mais de metade desses diagnósticos dizia respeito a cancros da mama, da próstata ou do pulmão.
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