MI5 recruta espias de minorias para lutar contra terrorismo
Os serviços de espionagem do Reino Unido (MI5) iniciam segunda-feira uma campanha para recrutar mulheres de minorias étnicas, no âmbito de uma reestruturação na forma de luta contra o terrorismo, noticiam hoje vários jornais britânicos.
A campanha centra-se num cartaz que mostra uma mulher negra de costas, com uma camisa cinzenta e um corte de cabelo estilo "afro".
O cartaz será distribuído a partir de segunda-feira em ginásios de todo o pais e também em algumas "revistas de lazer".
O MI5 escolheu os ginásios para lançar a campanha porque "a experiência demonstra que os agentes gozam de boa condição física, fazem muito exercício e têm uma vida social activa", explicaram fontes governamentais ao semanário "The Sunday Telegraph".
O anuncio inclui a descrição de uma espia "típica" que, segundo o MI5, "gasta cerca de 30 libras (43,5 euros) por mês em cosméticos" e "instala-se no sofá para ver um bom filme, dos que fazem chorar".
O protótipo de agente que ilustra o anúncio "gosta de cenas românticas no seu restaurante italiano favorito, usa muito o automóvel para ir trabalhar e tem um gato chamado Hoogli".
A organização espera que o exemplo da famosa actriz negra Halle Berry como agente secreta num filme da saga James Bond, o famoso espião britânico, suscite o interesse das mulheres das minorias étnicas.
A campanha insere-se num extenso processo de transformação do MI5.
Os serviços secretos querem aumentar a sua equipa de espias de 2.800 para 3.500 até 2008, considerando que podem ajudar a combater a ameaça de terrorismo atribuído a redes como a Al-Qaida.
Apesar de mais de metade dos funcionários do MI5 serem mulheres, menos de 200 procedem de minorias étnicas.
As candidatas podem enviar o currículo à directora geral do MI5, Eliza Manningham-Buller, que entrou para os serviços secretos em 1974 como simples mecanógrafa de transcrições telefónicas.