Migrações. Chipre quer apoio da UE na linha do prestado à Lituânia e Polónia

Chipre vai pedir assistência à União Europeia (UE) para lidar com a crise de migrantes no país, na linha da prestada por Bruxelas à Lituânia e Polónia, revelou hoje o porta-voz do governo cipriota.

Lusa /

O porta-voz Marios Pelekanos disse hoje que o governo cipriota vai pressionar a UE para realocar a outros Estados-membros os requerentes de asilo que estão a viver no Chipre e firmará acordos com países de origem de migrantes para receber de volta os seus cidadãos, cujos pedidos de asilo foram rejeitados.

"O governo está a tomar medidas adicionais como parte de uma política de migração abrangente que respeita os direitos humanos, mas também protege os direitos e os interesses dos cidadãos do país", realçou Pelekanos, em declarações aos jornalistas.

Pelekanos adiantou que os ministérios da Defesa, do Interior e da Justiça vão redigir recomendações sobre como lidar com os novos fluxos, enquanto ao executivo da UE será solicitada assistência em linha com as decisões tomadas para conter a crise de migrantes nas fronteiras da Lituânia e da Polónia.

De acordo com Marios Pelekanos, a vaga de migrantes está a alterar também a demografia do país.

O porta-voz cipriota lembrou que, apenas nos primeiros 10 meses de 2021, as chegadas de migrantes aumentaram 38% em comparação com todo o ano de 2020.

Dos 10.868 recém-chegados, 9.270 cruzaram ilegalmente a zona tampão controlada pela ONU, deslocando-se do norte cipriota turco para procurar asilo no sul, adiantou.

Marios Pelekanos disse que os requerentes de asilo representam 4% da população no sul da ilha -- quatro vezes a média de outros países da linha da frente da UE -- e 16% de todos os alunos do ensino básico são filhos de migrantes.

Os migrantes representam também mais de 43% das pessoas implicadas em crimes graves, observou.

Segundo o porta-voz, o governo gastou 178 milhões de euros, entre 2014 e 2020, em subsídios e alojamento para imigrantes, tendo acrescentado, ao orçamento deste ano, 38 milhões de euros para despesas de alimentação e habitação.

A líder do Conselho de Refugiados do Chipre, Corina Droushiotou, disse que, embora o país esteja a enfrentar um problema, é improvável que a UE permita o não processamento de pedidos de asilo ou a promulgação de procedimentos de realocação em breve.

Corina Droushiotou acrescentou que é importante permitir aos migrantes o requerimento de asilo.

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