Mike Pompeo acusa China de reescrever uma nova Bíblia

por RTP
Reuters

Numa conferência sobre as eleições, Mike Pompeo sustentou que a China está a reescrever a Bíblia consoante as diretivas da doutrina marxista chinesa, explicando que existem muitos muçulmanos e cristãos que estão a ser enviados para campos de reeducação religiosa, onde é imposta tortura física e psicológica.

“O Partido Comunista Chinês está a tentar reescrever a Bíblia para adaptá-la ao regime que vigora na China. Isso é inaceitável e vai diminuir o povo chinês e queremos coisas boas para eles”, disse Mike Pompeo.

Na China são reconhecidas cinco religiões: budismo, taoísmo, protestantismo, islão e catolicismo. No entanto, um relatório norte-americano de 2019 sobre liberdade religiosa explica que, apesar de a constituição chinesa dar aos seus cidadãos liberdade de escolha, também limita a prática de algumas religiões.

Existem relatos de que muitas pessoas são levadas para campos de reeducação religiosa, onde são torturadas, fisicamente maltratadas, detidas, muitas sentenciadas a tempo de prisão e forçadas a uma doutrinação nos valores do marxismo chinês.

Em 2018, um padre chinês fugiu para os Estados Unidos e explicou a situação referente à liberdade religiosa na China. Bob Fu falou no Congresso norte-americano e explicou que existe um plano do governo chinês, de cinco anos, para adaptar a fé cristã aos ideais marxistas da China.

Uma das maneiras, explicou Fu, é reescrever o Antigo Testamento e colocar no Novo Testamento conceitos budistas e socialistas. “Existem linha gerais de que a nova Bíblia não pode parecer ocidentalizada mas sim chinesa e refletir a ética chinesa do confucionismo e socialismo. O Antigo Testamento vai ser mudado e o novo terá várias interpretações”, explicou Fu ao The Christian Post.

Mike Pompeo continuou o rol de críticas à China declarando: "Acredito que o Presidente Trump pensa que, faltando a liberdade religiosa, a vida das pessoas em todo o mundo fica muito difícil”.

“Autoritarismo quase sempre segue a linha de repressão das religiões. Tirar a religião da praça pública leva à opressão e a regimes autoritários e, por isso, fizemos deste tema uma prioridade. O Partido Comunista chinês está a tentar alcançar hegemonia mundial e é nossa obrigação fazer o nosso melhor para que as liberdades que tanto prezamos não sejam atropeladas pelas atividades económicas e militares da China ou pela campanha de desinformação nos Estados Unidos”.

“Trabalhamos no duro para ter a certeza de que maximizamos a liberdade religiosa para todo e qualquer ser humano em todo o mundo”, concluiu o secretário de Estado.
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