Milhares de trabalhadores sem-terra fazem marcha pela reforma agrária

Cerca de 11.500 trabalhadores sem- terra, religiosos e integrantes de outros movimentos sociais iniciaram hoje a Marcha Nacional pela Reforma Agrária, uma caminhada de 200 quilómetros de Goiânia até Brasília, Centro-Oeste do Brasil, noticiou a agência estatal brasileira.

Agência LUSA /

A marcha termina no dia 17, quando os manifestantes farão um acto público na Esplanada dos Ministérios e esperam entregar ao presidente Lula da Silva um documento com as suas reivindicações.

O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem-Terra (MST) exige que o governo cumpra a meta de assentar 430 mil famílias até ao final de seu mandato, em 2006.

Segundo o MST, o balanço dos dois anos do governo Lula da Silva é "pessimista".

Nesse período, foram assentadas 60 mil famílias, bem menos, de acordo com o MST, do que nos últimos anos do governo de Fernando Henrique Cardoso (60 mil famílias por ano).

"Esperamos que o governo faça a sua parte, desapropriando latifúndios e pondo o aparelho do Estado a funcionar", afirmou um dos coordenadores do MST, Roberto Baggio, em declarações à agência Brasil.

Na avaliação do MST, o actual ritmo da reforma agrária no Brasil "não satisfaz os movimentos sociais, tanto no que diz respeito a famílias assentadas, quanto ao atendimento e desenvolvimento dos assentamentos".

Roberto Baggio disse ainda que o MST quer estabelecer um diálogo com a opinião pública brasileira e convencê-la de que há condições ideais, com o Partido dos Trabalhadores no governo, para fazer a reforma agrária no país.

Os manifestantes estão a ser escoltados pela Polícia Rodoviária Federal.

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