Milhares desfilam em Atenas para assinalar os 50 anos da revolta do Politécnico

Milhares de pessoas saíram hoje à rua em Atenas para assinalar o 50º aniversário da revolta estudantil de 1973, violentamente reprimida pela junta militar que governava o país.

Lusa /

O desfile anual iniciou-se no complexo universitário do Politécnico, onde se centrou a revolta, e dirigiu-se para a embaixada dos Estados Unidos, que continua a ser acusado de cumplicidade pelo apoio à ditadura militar, no poder entre 1967 e 1974 em pleno período de Guerra Fria.

Muitos manifestantes exibiram bandeiras palestinianas, enquanto a marcha foi precedida por um grupo de estudantes que transportava uma bandeira grega ensanguentada que foi hasteada no Politécnico durante os incidentes de 1973.

Esta celebração origina com frequência confrontos com a polícia, que mobilizou milhares de agentes para controlar o desfile.

Nos últimos dias, a tensão voltou a aumentar no país, após a polícia ter morto a tiro um adolescente cigano (roma) na sequência de uma perseguição automóvel na Grécia central.

Forças policiais foram colocadas no exterior da embaixada dos EUA, localizada junto a um dos maiores acessos rodoviários da capital grega, para impedir a aproximação dos manifestantes.

A revolta do Politécnico, que ocorreu um ano antes do colapso da ditadura militar, foi esmagada por forças militares e policiais, que utilizaram um tanque para derrubar um portão e entrar nas instalações.

Dezenas de pessoas foram mortas pelas forças governamentais antes e durante a violenta repressão, apesar ainda permanecerem versões contraditórias sobre o número total de vítimas.

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